A Fifa cancelou, oficialmente, nesta terça-feira (16), o clássico entre Brasil e Argentina. A partida, que serviria de substituta à que foi suspensa no ano passado por agentes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), era válida pelas eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo do Catar. O comunicado foi feito pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O caso estava na Corte Arbitral do Esporte (CAS). De acordo com a nota da entidade máxima do futebol, "a CBF e a AFA [Associação do Futebol Argentino] assumiram suas respectivas responsabilidades pelos eventos que levaram ao abandono da Partida, conforme constatado pelos Órgãos Judiciais da Fifa".
Como resultado, a CBF foi condenada a pagar uma multa total de 300 mil francos suíços, metade da qual foi suspensa por um período probatório de dois anos. O valor é equivalente a R$ 1,624 milhão. A AFA, por sua vez, terá de pagar metade desse valor (R$ 812 mil).
Metade da multa pagável - 25% da multa total - deverá ser doada diretamente pela CBF à Organização Mundial da Saúde (OMS), em apoio aos seus esforços contínuos no combate à Covid-19.
A data reservada para o clássico, em setembro deste ano, servirá para que a Seleção faça um amistoso em preparação para a Copa.
Na última quarta (10), a CBF anunciou que aceitaria o acordo proposto pela Fifa e pela AFA
O pedido para que o jogo não ocorresse foi feito pela comissão técnica, liderada pelo técnico Tite, pelo coordenador Juninho Paulista. Em documento encaminhado ao presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, eles afirmam não terem interesse em realizar o confronto, marcado para São Paulo.
"Diante da posição da comissão técnica, vamos procurar neste momento a FIFA para que a partida não seja realizada. Não vou medir esforços para atender a comissão técnica. A nossa prioridade é conquistar o hexacampeonato no Catar. Se a partida não é recomendada pelo comando da Seleção, vamos investir para que a partida não ocorra", disse Ednaldo.
No dia 5 de setembro do ano passado, o duelo entre Brasil e Argentina foi interrompido com quatro minutos de bola rolando. Técnicos da Anvisa invadiram o gramado da Neo Química Arena para notificar quatro jogadores argentinos que teriam burlado as regras para entrar no país.