O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, se retratou a respeito de uma declaração sobre pessoas com deficiência, que gerou polêmica nas redes sociais. Após a repercussão negativa do assunto, o chefe do Executivo fez uma publicação nas redes sociais, neste sábado (22/4), se retratando "com toda a comunidade de pessoas com deficiência intelectual, com pessoas com questões relacionadas à saúde mental e com todos que foram atingidos de alguma maneira" pela fala. Lula tinha dito que "pessoas com deficiência mental têm um problema de desequilíbrio de parafuso".
A fala em questão foi dita na última quarta-feira (19/4), durante um discurso feito em uma reunião com ministros e governadores sobre prevenção nas escolas. No vídeo, Lula aparece afirmando que "pessoas com deficiência mental têm um problema de desequilíbrio de parafuso". Após a fala, o apresentador Marcos Mion fez um vídeo em que repudia a fala de Lula e diz que a afirmação é capacitista e inadequada. "Temos de nos policiar, de aprender, de nos adequar. Isso não só é muito pejorativo, quanto incentiva outras pessoas que continuem usando esses termos, que precisam ficar no passado". No vídeo, o apresentador esclarece que o termo correto a se falar é "deficiente intelectual", e não "mental".
Mion é considerado um forte ativista anti-capacitismo desde que seu filho Romeo, de 17 anos, foi diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Apesar disso, o vídeo feito pelo apresentador recebeu críticas tanto de apoiadores de Lula quanto do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Alguns internautas chegaram a resgatar fotos de Marcos Mion tiradas em 2020 ao lado de Bolsonaro, em um encontro para a sanção da Lei 13.977, que estabelece a emissão da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (CipTEA). A norma leva o nome de Romeo Mion, filho do ator e apresentador.
"Engraçado ele [Marcos Mion] dizer que a fala de um presidente incentiva outras pessoas. Estou procurando o vídeo dele sobre as falas e atitudes do Bolsonaro, como incentivar criança a violência, pintar clima com criança, dizer que tem que fuzilar a oposição
[e não encontrei]", escreveu um usuário do Twitter.
"Mesmo o Bolsonaro tendo sancionado a Lei Romeo Mion, uma das causas defendidas por Michelle Bolsonaro, o apresentador, ator e ativista na causa autista, na qual se engajou após ter seu filho Romeu autista, Marcos Mion fez o L. Ingrato! Agora fica reclamando do ladrão", disse outro.
A Voz da Região / Correio Braziliense