Um dos treinadores mais vitoriosos no século no futebol brasileiro, Marcelo Oliveira abriu o coração em uma entrevista exclusiva ao ge e revelou os motivos que o levaram a se afastar dos gramados. Com uma carreira marcada por passagens por grandes clubes e títulos importantes, o agora ex-treinador confessou que o desgaste físico e mental da profissão foram determinantes para a decisão.
— Eu, como treinador, parei sim. Acho que é uma pressão absurda e acredito que depois de tantos anos passa até a fazer mal para a saúde — afirmou Marcelo Oliveira.
Aos 69 anos, o treinador ressaltou que a falta de convites, aliada à própria decisão de diminuir o ritmo, contribuíram para o fim dessa etapa na carreira. O último trabalho foi na Ponte Preta, em 2020. Por outro lado, ele quer dar início a uma outra trajetória, agora como coordenador técnico.
— Em algum momento eu manifestei que estava diminuindo o ímpeto, o interesse de trabalhar com futebol a não ser que fosse uma função diferente de coordenação, onde pudesse levar minha experiência armazenada para contribuir com algum clube, isso até já aconteceu, mas não foi tão interessante e resolvi não aceitar — disse.
— A pessoa que viveu o que vivi, trabalhei como atleta com excepcionais treinadores como Oswaldo Brandão, Telê Santana. Como técnico, trabalhei em grandes equipes, em Minas sou saudado e cumprimentado pelas duas torcidas, isso me orgulha muito, e trabalhei no Coritiba, Paraná, Fluminense, Palmeiras, são muitos anos de experiência que você armazena. Esse tipo de profissional, pessoa, pode contribuir em um clube dentro dessa função especifica — prosseguiu.
Marcelo Oliveira é um dos técnicos mais vitoriosos do futebol brasileiro, com um currículo que inclui títulos expressivos e passagens por grandes clubes. Foi bicampeão paranaense (2011 e 2012) pelo Coritiba, onde ganhou destaque nacional. Em Minas Gerais, marcou época no Atlético e no Cruzeiro, conquistando, entre outros títulos, os Campeonatos Brasileiros de 2013 e 2014. No Palmeiras, em 2015, o então treinador levantou a Copa do Brasil.
— Como técnico trabalhei em grandes equipes, aqui em Minas sou saudado e cumprimentado pelas duas torcidas, isso me orgulha muito. Depois que eu parei, andei viajando muito pelo Brasil como turista e sempre encontrei pessoas do Athletico e do Coritiba, que me agradeceram e me tratam muito bem. E sou eu que tenho que agradecer, porque o Coritiba foi onde eu alavanquei minha carreira. Dois títulos estaduais de forma invicta — falou o ex-treinador.
Neste domingo, às 16h (de Brasília), Atlético-MG e Flamengo fazem o jogo de volta pela final da Copa do Brasil. E quando o assunto é a competição nacional, Marcelo Oliveira tem a chancela de especialista. Afinal, foram cinco finais quase que de forma consecutiva: Coritiba (2011 e 2012), Cruzeiro (2014), Palmeiras (2015) e Atlético-MG (2016), sendo campeão pelo Palmeiras.
— Copa do Brasil a gente teve essa honra e privilégio de chegar a cinco finais quase que consecutivas e não com o mesmo time. Poderia ser com o Coritiba, que tinha grande time na época, com o Cruzeiro, mas foram com quatro times diferentes. Tinha alguém que falava que eu não era bom de mata-mata porque ganhei só uma. Mas para você poder chegar a uma final de Copa do Brasil, você passa por vários mata-mata e são estratégias bem específicas — apontou.
Fonte: Globo Esporte