O Brasil vive uma explosão de casos de dengue, com 408.351 casos prováveis registrados e 62 mortes confirmadas. Outros 279 óbitos causados pela doença seguem em investigação, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde.
Além de dor de cabeça, dor no corpo, dor atrás dos olhos, febre, enjoos, vômitos e manchas vermelhas, a dengue pode causar outros sintomas como sonolência, irritabilidade e confusão mental.
A doença é dividida em dois grupos: a dengue clássica e a hemorrágica, quando a infecção começa a destruir plaquetas responsáveis pela coagulação, e o paciente passa a ter sangramentos na gengiva ou nas fezes.
Não há um medicamento específico para o tratamento da dengue. Os remédios disponíveis para amenizar os sintomas devem ser indicados por um médico, já que muitos deles, usados no dia a dia e vendidos sem a necessidade de prescrição médica nas farmácias, podem aumentar o risco de sangramento.
Vale lembrar que a automedicação é desaconselhada em todas as situações.
A classe farmacêutica dos salicitatos, da qual fazem parte aspirina e AAS, não devem ser usada por pacientes que estão com suspeita de dengue ou que foram diagnosticados com a doença.
Esas medicações têm efeito analgésico e antitérmico — por isso, ajudam no alívio de dores e da febre. No entanto, eles podem afetar a coagulação de pacientes com o vírus da dengue, o que leva ao aumento do risco de sangramentos e o agravamento da doença.
Por isso, pacientes saudáveis que estejam com a doença ou com suspeita dela não devem fazer o uso desses medicamentos.
Além da AAS e da aspirina, outros medicamentos que fazem parte desta categoria são os derivados do ácido acetilsalicílico, como diflunisal, salicilato de sódio e metilsalicilato.
Medicamentos que integram a categoria chamada de anti-inflamatórios não esteroidais também aumentam as chances de sangramento e não devem ser usados no tratamento dos sintomas da dengue.
Os mais conhecidos e usados são: indometacina, ibuprofeno, diclofenaco, piroxicam, naproxeno, nimesulida, sulfinpirazona, fenilbutazona e sulindac.
Eles são comumente encontrados nas farmácias e podem ser comprados sem receita médica.
Medicamentos como prednisona, prednisolona, dexametasona e hidrocortisona são conhecidos como corticoides — e também são contraindicados em caso de dengue ou de suspeita da doença.
Assim como os anteriores, eles podem aumentar o risco hemorrágico da doença e agravar a situação do paciente.
Nos últimos dias, passou a circular nas redes sociais informações que a ivermectina seria um medicamento indicado para combater o vírus da dengue.
Tal situação fez com que o Ministério da Saúde emitisse uma nota alertando que "não há nenhum dado ou fonte que comprove a afirmação" e o órgão "não reconhece qualquer protocolo que inclua o remédio para o tratamento da dengue".
"Esse medicamento é única e exclusivamente para combater vermes, não há nenhum estudo que mostre sua eficácia contra vírus. Ele não deve ser usado em nenhum caso a mais", diz o médico Alberto Chebabo, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Os dois medicamentos mais indicados para amenizar os sintomas causados pela dengue são o paracetamol e a dipirona, pois eles não aumentam os riscos de sangramento. Ambos podem ser usados com segurança e ajudam a amenizar as dores e mal-estar provocados pela dengue.
Apesar da medicação aliviar certos sintomas, os especialistas são unânimes em dizer que manter uma boa hidratação é um dos fatores mais importantes para tratar a doença.
Fonte: BBC news Brasil