O Papa Francisco sugeriu que estaria aberto a que a Igreja Católica abençoasse casais do mesmo sexo.
Respondendo a um grupo de cardeais que lhe pediram clareza sobre o assunto, ele disse que qualquer pedido de bênção deveria ser tratado com "caridade pastoral".
"Não podemos ser juízes que apenas negam, rejeitam e excluem", disse ele.
Ele acrescentou, no entanto, que a Igreja ainda considerava as relações entre pessoas do mesmo sexo "objetivamente pecaminosas" e não reconheceria o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
O pedido foi um dos vários enviados ao Papa antes de uma reunião global de semanas para discutir o futuro da Igreja, que terá início no Vaticano na quarta-feira (4/10).
Na Igreja Católica, uma bênção é uma oração ou apelo, geralmente feito por um ministro, pedindo que Deus olhe favoravelmente para a pessoa ou pessoas que estão sendo abençoadas.
Os bispos de vários países, incluindo a Bélgica e a Alemanha, começaram a permitir que os padres abençoassem casais do mesmo sexo, mas a posição das autoridades da Igreja permaneceu obscura.
Em 2021, na sequência de um pedido semelhante de esclarecimento, o gabinete doutrinário do Vaticano decidiu contra a permissão da prática.
Respondendo ao mais recente pedido, o Papa disse que a Igreja entende o casamento como uma "união exclusiva, estável e indissolúvel entre um homem e uma mulher" e deve evitar "qualquer tipo de rito ou sacramental que possa contradizer esta convicção".
Mas acrescentou que "quando se pede uma bênção, expressa-se um pedido de ajuda a Deus, uma súplica para viver melhor".
"A prudência pastoral deve discernir adequadamente se existem formas de bênção, solicitadas por uma ou mais pessoas, que não transmitam um conceito equivocado de casamento", disse ele.
Parecendo sugerir que os pedidos de bênçãos devem ser considerados caso a caso, ele disse que "as decisões que podem fazer parte da prudência pastoral em certas circunstâncias não devem necessariamente tornar-se uma norma".
"A lei canônica não deve e não pode cobrir tudo", disse ele.
Acrescentou que a Igreja deve sempre abordar as suas relações com as pessoas com "bondade, paciência, compreensão, ternura e encorajamento".
A Voz da Região / Correio Braziliense