Os chamados cibercrimes tem preocupado cada vez mais empresas e consumidores no Brasil. De acordo com o relatório Human Factor 2023, houve um aumento nesse tipo de crime nos últimos anos. Ataques de conversação via dispositivos móveis, por exemplo, aumentaram 12 vezes. Foram analisados mais de 2 bilhões de e-mails, 28 milhões de contas na nuvem e 1 bilhão de SMSs no levantamento. Em entrevista à Jovem Pan News, Marcelo Bezerra, gerente da engenharia Proofpoint, empresa que fez a pesquisa, contou que toda uma estrutura é elaborada para a prática do crime: "A maior parte desses ataques, de cada 4 ataques, para 23, eles têm como alvo a exploração do usuário, do indivíduo. Eu, você, as pessoas que estão nos assistindo. Então, não estão quebrando alguma coisa complexa, um software. Na verdade, estão explorando o usuário que recebeu o SMS ou recebeu a mensagem e vai clicar, abrir um arquivo".
De acordo com o levantamento, um tipo de crime específico tem aumentado no qual os criminosos criam uma espécie de central de atendimento. Através dessa central falsa, eles entram em contato com as vítimas, fingindo ser empresas e bancos, e pedem para retornar a ligação. Quando as vítimas ligam de volta, é justamente neste momento em que os criminosos têm acesso aos dados das pessoas. A indicação de especialistas é ter cuidado e atenção quando receber e-mails e ligações suspeitas. Também é importante sempre consultar o número oficial das instituições e não acessar links suspeitos recebidos.
Para além dos cuidados da população no geral, as próprias empresas precisam criar mecanismos de segurança para proteger os dados dos clientes. O advogado e especialista em proteção de dados Caio Lima considera que não basta apenas criar, mas também atualizar os sistemas de segurança já existentes: "A gente tem que atuar de forma preventiva. É sempre mais barato você atuar criando uma cultura em relação à segurança da informação. Ter uma atuação no sentido de até mesmo olhar seus contratos, porque não é incomum ter incidentes de segurança com parceiros nossos. Muitas vezes a segurança dentro da empresa está muito bem fechada, com disciplina muito bem observada mas, no momento em que compartilha as informações e dados com outras empresas pode acontecer um vazamento de dados ou um acesso indevido". Desde 2018, o Brasil tem a Lei Geral de Proteção de Dados para gerir juridicamente o tema no país.
A Voz da Região / Jovem Pan