Apesar de o Ministério Público de Goiás (MP-GO) ver indícios de que pelo menos seis partidas da Série A do Campeonato Brasileiro do ano passado tenham tido algum tipo de manipulação, a CBF não cogita cancelar ou rever os resultados das partidas sob suspeita.
Além dos casos apresentados pelo MP-GO na terça-feira (18), quando foi deflagrada a segunda fase da Operação Penalidade Máxima, três partidas da Série B de 2022 também tiveram seus resultados colocados em xeque. A manipulação nesses jogos foi apontada na primeira fase da operação.
O cancelamento das partidas, contudo, é rejeitado pela CBF. O Estadão apurou que a entidade vê como inviável qualquer medida nesse sentido, uma vez que os resultados das duas séries já foram homologados, as premiações já foram distribuídas e a edição de 2023 já começou. A
lém disso, as investigações do MP-GO demonstraram até agora "apenas" o envolvimento de alguns atletas, e em ações específicas dentro das partidas. Não há qualquer indício da participação de clubes.
Em nota, a CBF afirmou que "não existe essa possibilidade (de cancelar os jogos)", mas ressaltou que "apoia toda e qualquer ação legal que traga transparência e lisura aos campeonatos que organiza e a todo o esporte brasileiro".
"A CBF investe uma quantia importante e vultosa no rastreamento e monitoramento de partidas, através da Sport Radar, empresa que atua também para a Fifa e a Conmebol e é mundialmente conhecida por sua expertise neste tipo de trabalho. Isso não acontece somente nas competições que a CBF realiza. A entidade também custeia o mesmo serviço para todas as federações do Brasil", informou a confederação.
"Interferências externas em resultados ou em situações de jogo são uma epidemia global que, para ser solucionada, precisa punir de forma exemplar e urgente, os responsáveis por essa prática nefasta", sustentou a CBF.
A menção a federações estaduais remete, ainda que indiretamente, ao fato de jogos de campeonatos regionais também estarem na mira do Ministério Público goiano. Partidas dos campeonatos Paulista, Gaúcho, Goiano e Matogrossense estão na mira no órgão.
A Voz da Região / Correio24horas