O Bahia registrou um déficit milionário no seu balanço financeiro do exercício de 2022. De acordo com o jornalista Cássio Zirpoli, o clube apresentou um saldo negativo de R$ 77 milhões entre receitas e despesas no período de 1º de janeiro a 31 de dezembro do ano passado. O número superou os R$ 50 milhões negativos de 2020, ápice da pandemia global do novo coronavírus.
O valor negativo tem como principal motivo o fim da "cláusula paraquedas". Pela primeira vez em 15 anos da era das supercotas de TV, o Tricolor deixou de receber o valor integral da transmissão mesmo disputando a Série B do Brasileiro no ano passado. Com isso, a receita de TV caiu drasticamente de R$ 90 milhões para receber apenas R$ 18 milhões.
Por outro lado, conseguiu aumentar seus ganhos em outras frentes. Durante a Segundona nacional, o clube baiano ampliou a arrecadação de receita com sócios e bilheteria em R$ 13 milhões ao virar o ano com 45 mil sócios adimplentes. Além de manter o quadro de patrocínios estável em cerca de R$ 18 milhões. No entanto, isso não foi suficiente já que a previsão de gasto operacional era de R$ 80 milhões, mas acabou fechando em R$ 125 milhões. A folha de pessoal, incluindo os salários do elenco profissional, saltou de R$ 40 milhões para R$ 65 milhões para alcançar o acesso à Série A do Brasileiro. Além disso, os gastos ainda cresceram para resolver a questão do Bahia S/A, criado em 1998, para viabilizar a criação da Sociedade Anônima de Futebol (SAF) e deixar o caminho livre para fechar acordo com o Grupo City. A pendência custou R$ 35 milhões.
O déficit acabou sendo salvo pelo acordo com o Grupo City. No acordo, os novos investidores assumiram o passivo de 2022 e deverão zerar todas as dívidas, além dos investimentos no futebol. A previsão é que sejam investidos R$ 1 bilhão em até 15 anos na SAF.
A Voz da Região / Bahia Notícias