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Descarte de Renuncia do Peru

Presidente do Peru descarta renúncia e pede que população suspenda protestos

Presidente Dina Boluarte conclama a nação a suspender os protestos e a priorizar o diálogo, mas torna a descartar renúncia e demonstra confiança na antecipação das eleições por parte do Congresso da República, em fevereiro


(crédito: Cris Bouroncle/AFP)

Em 48 dias de protestos, desde o autogolpe frustrado do líder esquerdista Pedro Castillo, o Peru registrou 46 mortes diretamente relacionadas à convulsão social. Na tentativa de aplacar a tensão política, a presidente Dina Boluarte — que assumiu o poder depois da destituição e da prisão de Castillo — aproveitou uma entrevista à imprensa estrangeira para fazer um chamado à "trégua nacional". "Convoco minha amada pátria para uma trégua nacional para poder estabelecer mesas de diálogo, fixar a agenda de cada região e desenvolver nossos povos", declarou. "Não me cansarei de convocar o diálogo, a paz e a unidade." O Peru se preparava, ontem, para mais um dia de violentos protestos, após a chegada de mais caravanas a Lima.

Boluarte tornou a descartar a renúncia, uma das principais demandas dos manifestantes, em sua maioria, camponeses da região andina. "Sairei quando tivermos convocado as eleições gerais (...) Não tenho a intenção de permanecer no poder", disse. "Minha renúncia resolveria a crise e a violência? Quem assumiria a Presidência da República?", questionou. Ela acrescentou que a nova legislatura do Congresso, "sem sombra de dúvida", confirmará em fevereiro a antecipação das eleições, previstas para abril de 2024. Na última segunda-feira, centenas de manifestantes que marchavam em Lima ensaiavam uma radicalização. "Agora é guerra civil!", exclamavam. "Não somos um, agora somos dois, agora somos todos, em uma só voz!", gritavam.
A presidente garantiu que persegue uma agenda de diálogo com os manifestantes. No entanto, lamentou que alguns governadores regionais estão sequestrados por grupos violentos e reconheceu a existência de uma "agenda política bem desenhada", focada em demandas inconstitucionais. Boluarte enviou um recado a Castillo: "Aqui não há vítima, senhor Castillo; aqui há um país que sangra, produto de sua irresponsabilidade". A chefe de Estado frisou aos jornalistas estrangeiros que Castillo tenta se vitimizar para dizer que houve um golpe no país. "Ele foi o autor do seu próprio golpe", atacou.

"Era conveniente para Castillo dar um autogolpe de Estado, para se vitimizar e mobilizar todo esse aparato paramilitar e não responder ao Ministério Público pelos atos de corrupção pelos quais está sendo denunciado."

Vice-presidente do Congresso da República e deputada pelo partido Fuerza Popular, Martha Moyano disse ao Correio que concorda com a trégua solicitada por Boluarte, sob a lógica de que os manifestantes apresentarão propostas concretas. "Podemos iniciar uma mesa de diálogo e fazer acordos para conseguir coisas das quais os peruanos necessitam", afirmou, por telefone. Ela denuncia a existência de um grupo que não compactua com o diálogo e exige a instalação de uma Assembleia Constituinte. Mas ela não está contemplada em nossa legislação. Uma reforma constitucional deve passar pelo Congresso", advertiu Moyano.



A Voz da Região / Correio Braziliense

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