Alta dos preços aperta o orçamento e compromete férias de brasileiros

Custo médio dos bilhetes subiu 6,02% de janeiro a março, mas, para alguns trechos, sites de viagem registram aumentos de até 62% - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

Por A Voz da Região em 09/05/2022 às 08:15:51
usto médio dos bilhetes subiu 6,02% de janeiro a março, mas, para alguns trechos, sites de viagem registram aumentos de até 62% - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

usto médio dos bilhetes subiu 6,02% de janeiro a março, mas, para alguns trechos, sites de viagem registram aumentos de até 62% - (crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)

A carestia frustrou os planos de muitas pessoas que desejavam aproveitar merecidas férias após o fim do isolamento, da obrigatoriedade do uso da máscara e das restrições sociais impostas pela pandemia. A chamada "inflação do turismo" levou o preço das passagens aéreas a subir 6,02% entre janeiro e março de 2022, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) calculado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), embora alguns sites de vendas registrem até 62% de aumento. Com isso, os interessados se viram diante da necessidade de cancelar os projetos ou buscar alternativas mais baratas para viajar, como os ônibus.

O site de buscas de passagens aéreas Kayak indica que os preços médios dos bilhetes de ida e volta para os destinos nacionais mais procurados subiram até 62%, e os de rotas internacionais, até 32%. Em março, Brasília foi o destino nacional mais procurado a partir de São Paulo, com média de bilhete em R$ 1.058, enquanto a Espanha, por exemplo, passou a exigir do viajante disposição para pagar uma tarifa média de R$ 4,5 mil.

Já a Decolar mostra que, entre fevereiro e março deste ano, o preço médio das passagens aéreas internacionais mais buscadas, partindo dos aeroportos paulistas, registrou alta de até 22%. Para Orlando, nos EUA, o preço médio do bilhete de ida e volta em março era de R$ 2.075,71. Para os destinos nacionais, a alta das passagens foi de até 40%, no mesmo período, encabeçada por Recife (PE), com tarifa de R$ 559,82.


Recuperação

Dados do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de São Paulo (Fecomércio-SP) indicam recuperação do setor, no ano passado, quando houve crescimento de 16% e faturamento de R$ 151 bilhões. Entretanto, o volume ainda foi 22% inferior ao registrado no período pré-pandemia.

"Em 2020, houve uma ligeira retomada ao longo do segundo semestre, em decorrência da reabertura gradual da economia. Contudo, o setor voltou a ser prejudicado no início de 2021 pela chegada da segunda onda de contaminação, bem como pelo retorno das restrições de circulação", diz Mariana Aldrigui, presidente do CT da Fecomércio.

A publicitária Tatiana Ribeiro Silva, 47 anos, pretendia conhecer Nova York, nos Estados Unidos, em julho deste ano, mas mudou de planos porque o dólar voltou a subir, o que aumentou o custo da viagem que ela queria fazer com o filho, de sete anos, e uma irmã.

"Com a questão econômica, os juros nas alturas, o lazer e as viagens ficam em terceiro plano. Temos prioridades maiores, como alimentação, escola, plano de saúde e por aí vai. Uma viagem para o exterior não é mais viável. Tinha planos de conhecer Nova York, mas, com o dólar de volta à casa dos R$ 5, esse sonho foi adiado", diz Tatiana.

"A opção é fazer viagens curtas, nas quais poderemos controlar e administrar os gastos. Por isso, acabei me programando com a família para conhecer Aracaju, em Sergipe, pois foi para onde encontrei melhores preços, em comparação a Fortaleza (CE), João Pessoa (RN) e Morro de São Paulo (BA), entre outros lugares", explica a publicitária.

O mesmo problema foi sentido pelo comediante Fernando Booyou, que é também publicitário e curte um viagem com a família desde sempre para lugares com pouca gente, como a Chapada dos Veadeiros, em Goiás. "Roça é bem-vinda! A praia também, fora de temporada é legal. Aí, alugamos uma casa, sítio, algo do tipo, que tenha uma estrutura com o que a gente procura, piscina, churrasqueira, cachoeira, trilha, e vamos", explica.


Hospedagem

Porém, a alta geral nos preços, não apenas das passagens aéreas, mas também de hospedagem e alimentação inviabilizaram investimentos nas agendas da família do comediante. "Recentemente, ia acompanhar minha esposa, a Gabi, em uma viagem para São Paulo. Ela passaria pouco tempo, só para ver a família, que é da cidade. Então, eu também não teria tempo de fechar trabalho ou algo do tipo. Antes, fazer essas viagens com ela era algo comum. Agora, se eu não fechar um ou outro trabalho na cidade, já não compensa", avalia Booyou.

Por isso, o publicitário busca alternativas para viajar, mas não apenas de avião ou carro, explica ele, que integra o grupo de comédia Guardians. "Passagens estão caras demais! Mas viajar de ônibus começa a ser opção", ressalta. "Quando sai de Brasília para Goiânia, por exemplo, o produtor às vezes escolhe essa opção, se for mais em conta do que carro, por exemplo."


Fonte: A Voz da Região / Correio Braziliense

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