Agência Brasil – Uma ideia que, a princípio, parece absurda, a partir de 2045 poderá começar a se tornar realidade: a criação de um elevador espacial que, aproveitando a força centrífuga da rotação da Terra, manterá esticado um cabo de 100 mil quilômetros, de forma a viabilizar o primeiro elevador espacial da História. Se tudo der certo, entre os colaboradores deste fantástico empreendimento estará o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O pedido para participação no empreendimento já foi apresentado pelo Inmet à agência espacial norte-americana (Nasa) e à empresa japonesa Obayashi. A China também desenvolve pesquisas visando o desenvolvimento de uma estrutura desse tipo. Os estudos atuais abrangem conceitos, construção, implantação e operação do elevador. Segundo o Inmet, um projeto dessa magnitude possibilitaria, ao Brasil, "um grande salto" econômico, social e tecnológico.
Vantagens
Entre as vantagens projetadas estão a redução do custo de envio de cargas úteis para o espaço; a possibilidade de transporte diário e em quantidade ilimitada de qualquer material ao espaço; a criação de novas estações espaciais; lançamento de estruturas frágeis, como satélites de energia solar para o fornecimento de energia limpa e renovável; pontos "insuperáveis" de observação da Terra para aplicações militares e de inteligência; e avanços nas áreas de telecomunicações, meteorologia e meio ambiente.
No caso específico da área de atuação do Inmet, além de possibilitar o envio de novos satélites meteorológicos ao espaço (ampliando a capacidade de monitoramento da atmosfera), o elevador espacial auxiliará na cobertura de áreas remotas sobre oceanos e continentes, e favorecerá "de maneira significativa", o desenvolvimento da agricultura brasileira.
"Em resumo, o elevador será uma estrutura de transporte permanente alternativo para o espaço com pegada de carbono zero, podendo movimentar milhões de toneladas de carga com abordagem ambiental neutra, além de permitir missões ambientais significativas que vão melhorar o meio ambiente da Terra", informou o Inmet.
Cabo
Para facilitar a compreensão dessa estrutura, basta entender que o elevador espacial é uma espécie de teleférico vertical ligado a um cabo sob tensão. Com a rotação da Terra, ele se manteria esticado em um procedimento similar ao que se tem ao amarrar uma pedra em uma linha e girá-la.
"Os estudos mais avançados sobre o tema defendem a instalação de uma estação base na superfície terrestre, onde o cabo ficaria preso e se estenderia até 100 mil quilômetros (km) de altitude. Com isso, uma das pontas permaneceria fixa à base, enquanto a outra continuaria flutuando no espaço presa a um contrapeso, o que manteria o cabo sempre esticado ao seguir o movimento de rotação do planeta. Isso porque as forças concorrentes da gravidade na extremidade inferior e a aceleração centrífuga na extremidade mais distante mantêm o cabo sob tensão e estacionário em uma única posição na Terra", explicou, em nota, o Inmet.
avozdaregiao/ acordacidade.com.br