A imunização contra a poliomielite tem alcançado um número cada vez menor de crianças nos últimos dez anos em Salvador. Se em 2012 a campanha de vacinação aplicou 151,5 mil doses, em 2020 - último ano com números consolidados de aplicação - o público vacinado foi de apenas 39,5 mil pessoas.
A série histórica, construída pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) com dados do DATASUS e do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunização, aponta para um cenário preocupante no quesito cobertura vacinal. A redução representou cerca de 74% no quadro de aplicações.
Neste período, em quatro oportunidades a Saúde do município não contou com as campanhas: nos anos de 2016, 2017, 2019 e 2021.
Confira os números de aplicações:
2012 - 151.546
2013 - 140.226
2014 - 128.799
2015 - 125.299
2016 - Não teve campanha
2017 - Não teve campanha
2018 - 107.317
2019 - Não teve campanha
2020 - 39.542
2021 - Não teve campanha
2022 - 19.020 (registros contabilizados até o dia 23/08)
Apesar de ser certificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um país livre da doença desde 1994, o Brasil corre o risco de ter a paralisia infantil (como também é chamada a poliomielite) reintroduzida, segundo alertam autoridades de saúde.
Desde 2015 a estratégia de proteção não alcança a meta de 95% do público-alvo. O patamar é considerado o necessário para que a população seja considerada protegida contra este agravo, causado pelo poliovírus selvagem.
Duas vacinas contra a pólio estão disponíveis no calendário de vacinação: a VIP (vacina inativada pólio), administrada por via intramuscular em crianças de até um ano de vida, e a VPO (vacina pólio oral), a da "gotinha", aplicada anualmente como reforço.
Na capital baiana, 125 postos estão participando da campanha nacional deste ano, que teve início em 8 de agosto e estará em execução até o próximo dia 9 de setembro (veja aqui). Os locais funcionam de segunda a sexta-feira, exceto feriados, das 8h às 17h.