Antes da reunião ministerial de 5 de julho de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados jĂĄ faziam ameaças ao processo eleitoral, defendendo a introdução do voto impresso. Alegavam que as urnas eletrônicas eram suscetĂveis a fraudes, embora nunca tenham apresentado provas. Em 2021, o ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, afirmou que não haveria eleições sem votos impressos e auditĂĄveis.
Bolsonaro também fez declarações semelhantes. A Operação Tempus Veritatis foi deflagrada após a reunião ministerial de 2022, onde Bolsonaro defendeu um "golpe sem armas" e pressionou seus ministros a pressionarem o TSE. O ministro do STF, Alexandre de Moraes, que ordenou a operação, descreveu a reunião como evidĂȘncia de um plano golpista.
Antes de uma mensagem proferida por Braga Netto, o ex-presidente Jair Bolsonaro jĂĄ havia expressado ameaças golpistas. Ele declarou que se as eleições não fossem "limpas", elas não ocorreriam. Bolsonaro também afirmou que entregaria a presidĂȘncia a qualquer um que o vencesse de maneira justa, o que, para ele, implicava a implementação do voto auditĂĄvel.
Bolsonaro alertou que, se isso não acontecesse, o Brasil enfrentaria uma grave crise. Ele reiterou que só aceitaria a derrota em uma eleição justa e que o voto auditĂĄvel era essencial para isso.
No dia em que a Câmara votaria uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para instituir o voto impresso, 150 tanques desfilaram pela Praça dos TrĂȘs Poderes. Isso foi interpretado como uma tentativa de intimidar o Congresso a aprovar a medida. No entanto, a Câmara rejeitou a PEC.
Durante seu mandato, Bolsonaro usou o Dia da IndependĂȘncia como plataforma polĂtica. Em um discurso no dia 7 de setembro de 2021, ele criticou o sistema eleitoral e atacou diretamente o ministro Alexandre de Moraes. Bolsonaro afirmou que Moraes deveria se adequar ou sair. A multidão de apoiadores respondeu com um coro de "Eu autorizo".
Fonte: Correio