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Falso Médico

Falso médico preso em clínica na Bahia é solto após pagar fiança de dois salários mínimos

Prisão aconteceu em clínica da região da Lapa, em Salvador. Homem levantou suspeita de funcionária de laboratório ao mandar requisições para diferentes especialidades.


O falso médico preso na quarta-feira (20), em Salvador, vai responder pelo crime em liberdade após pagar fiança no valor de dois salários mínimos. Ao menos quatro pacientes procuraram a Polícia Civil e revelaram terem sido consultadas pelo homem, que fez atendimentos como clínico-geral, cardiologista e reumatologista.

De acordo com a polícia, duas mães de crianças de 3 e 5 anos, diagnosticadas por Fábio da Silva Saffe, de 49 anos, com TDAH, disseram que ele se apresentou como clínico-geral. Uma outra paciente disse que o falso médico afirmou que era cardiologista.

Nesta quinta-feira (21), uma mulher, que preferiu não revelar a identidade, contou que teve uma consulta com o "reumatologista" Fábio da Silva Saffe. Para a polícia, ele contou que é fonoaudiologista, mas não comprovou com documentos.


"Contei para ele o que estava sentido, ele mandou fazer uma ultrassom. Nesse exame, fiquei de sutiã e estou me sentindo muito constrangida, porque agora sei que ele não era um profissional", disse.


A Polícia Civil informou que mais pessoas que foram atendidas pelo falso médico devem procurar delegacias para registrar boletins de ocorrências.

"O sentimento é de revolta e impunidade. Eu estou doente, já tenho um problema crônica, preciso fazer uma perícia médica e ele fez um relatório sem ter especialidade", reclamou a paciente.

Na quarta-feira, uma mulher, que estava na clínica onde ocorreu o flagrante, contou que gastou R$ 510 em exames e consulta após o homem diagnosticar o filho dela, de 9 anos, com TDAH.

Segundo informações da Polícia Civil, Fábio da Silva Saffe atuava em uma unidade de saúde da região da Lapa há quatro anos e usava o registro do Conselho Regional de Medicina (CRM) de um médico ortopedista de São Paulo. O g1 tenta localizar a defesa do suspeito.

"Ele passou uma medicação dizendo que era para ele acalmar. Na verdade, a escola pediu para ele fazer um tratamento e eu paguei para esse médico, que disse que era neurologista, para fazer a avaliação nele".


"Vi o número em uma panfletagem, liguei e marquei para levar ele. Eu paguei R$ 380 pelos exames e R$ 130 na consulta", contou a mãe do paciente de 9 anos.


A mulher contou que não chegou a medicar o menino após um pedido da avó da criança, que achou estranho medicar a criança antes da conclusão dos exames.


"O [falso] médico diagnosticou ele com TDAH. Agora já não sei [se é esse mesmo o diagnóstico], vou ter que fazer outra consulta", afirmou desesperada.


A mãe do paciente prestou depoimento à Polícia Civil nesta quarta-feira e disse que vai procurar a clínica para pedir o reembolso.


Prisão do falso médico

Segundo a Polícia Civil, a prisão foi feita por policiais da delegacia dos Barris em em ação conjunta com equipes do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb).

De acordo com delegado William Achan, que investiga o caso, o homem levantou suspeita de uma funcionária de um laboratório ao mandar requisições para o estabelecimento. A mulher observou diversas solicitações do mesmo médico para diferentes especialidades.

A funcionária denunciou ao Cremeb, que acionou a Polícia Civil. Centenas de fichas de atendimento, um carimbo falso, um estetoscópio e um pavilhão auricular foram apreendidos no consultório onde o homem atendia há mais de um ano.

g1.globo

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