A cada 100 mortos em ação policial na Bahia, 95 eram negros

Estudo utiliza dados divulgados pela SSP no ano de 2022

Por A Voz da Região em 17/11/2023 às 11:28:30

O estudo "Pele Alvo: a Bala não Erra o Negro", realizado pela Rede de Observatórios da Segurança, do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (Cesec), e divulgado nesta quinta-feira, 16, mostra que a polícia da Bahia foi a mais letal no ano passado, com 1.465 mortos. Desse total, 1.121 eram negros, ou seja, 94,8% dos mortos. De acordo com o Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística (IBGE), na Bahia 80,8% da população são considerados negros ou pardos.

Ainda de acordo com a pesquisa, baseada na Lei de Acesso à Informação (LAI), o número de pessoas mortas em ocorrĂȘncias envolvendo a polícia do Rio de Janeiro, de São Paulo, da Bahia, de Pernambuco e do CearĂĄ, Piauí, Maranhão e ParĂĄ, chegou a 4.219 em 2022. Desse total, 2.700 são considerados negros (pretos ou pardos) pelas autoridades policiais, ou seja, 65,7% do total. Se considerados apenas aqueles com cor/raça informada (3.171), a proporção de negros chega a 87,4%.


Os negros não são vítimas apenas na Bahia, isso ocorre em todos os sete estados que informaram a cor/raça de parte das vítimas. No ParĂĄ, por exemplo, 93,9% dos mortos com cor e raça identificadas eram negros, enquanto o percentual de negros na população é de 80,5%, de acordo com o estudo.

Os demais estados apresentaram as seguintes proporções de mortes de negros entre aqueles com cor/raça informada e percentuais de negros na população: Pernambuco (89,7% e 65,1%, respectivamente), Rio de Janeiro (87% e 54,4%), Piauí (88,2% e 79,3%), CearĂĄ (80,43% e 71,7%) e São Paulo (63,9% e 40,3%).

Posicionamento

A Secretaria da Segurança Pública da Bahia informou que as ações policiais são pautadas dentro da legalidade e que qualquer ocorrĂȘncia que fuja dessa premissa é rigorosamente apurada e todas as medidas legais são adotadas. A secretaria informa que investe constantemente na capacitação dos efetivos e também em novas tecnologias, buscando sempre a redução da letalidade e a preservação da vida.

Fonte: A Tarde

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