Uma declaração de Andrés Sanchez agitou o Botafogo esta semana. Entre outras críticas, o ex-presidente do Corinthians afirmou que a SAF do clube carioca está "pegando dinheiro emprestado em bancos". O ge apurou que a frase tem embasamento. No meio deste ano, o Alvinegro fez empréstimo de R$ 15 milhões junto a uma instituição financeira. A operação, contudo, é vista com naturalidade.
O Botafogo pegou o dinheiro colocando a Parimatch, maior patrocínio da história do clube, como garantia do empréstimo junto ao banco, de nome não revelado. Essa informação foi publicada pelo "Jornal O Globo" e confirmada pelo ge.
A casa de apostas faz o pagamento de forma anual ao clube. São dois anos de contrato, no total de R$ 55 milhões. O Botafogo recebeu R$ 27,5 milhões em 2023 e receberia mais R$ 27,5 milhões em 2024, mas R$ 15 milhões (justamente o valor do empréstimo) serão destinados a pagar o empréstimo.
Fluxo de caixa
John Textor assumiu o controle do futebol do Botafogo no início de 2022. Um ano e meio depois, o clube ainda não é sustentável se não receber aportes financeiros do empresário americano. Assim, os dirigentes da SAF decidiram pegar o empréstimo por uma questão de fluxo de caixa.
O dinheiro ajudou a pagar uma folha salarial - os vencimentos em folha de jogadores e funcionários estão em dia desde que Textor chegou ao Alvinegro. O empréstimo é uma operação comum entre os clubes brasileiros. Com a maior receita do país, o Flamengo zerou apenas este ano a sua dívida bancária e até 2021 recorria a empréstimos quando era necessário.
Além do dinheiro da segunda parcela do patrocínio da Parimatch em 2024, o Botafogo terá uma injeção relevante de dinheiro nos últimos dois meses deste ano. Ao fim dos campeonatos que disputa, o clube receberá o valor de premiações por desempenho nas competições e a maior parte dos direitos de TV do Brasileirão.
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Com a chance do título brasileiro, o Botafogo vive a expectativa de ter seu ano de maior receita na história - o campeão do Brasileirão, por exemplo, ganha mais de R$ 45 milhões da CBF. Além disso, o Alvinegro já garantiu mais de R$ 10 milhões com a campanha na Copa Sul-Americana - valor que pode aumentar caso a equipe, atualmente nas quartas de final, avance ainda mais.
O empréstimo, portanto, é uma forma de adiantar este dinheiro para não atrasar pagamentos urgentes, como os salários de jogadores e funcionários. No caso, a SAF deu como garantia uma verba que estava certa no orçamento de 2024 para ajudar no caixa de 2023.
Vendas prováveis em dezembro
No clube, existe a expectativa interna de que no médio prazo o Botafogo deixe de depender dos aportes de John Textor. Uma das razões para isso é a volta do time à Libertadores, competição que dá mais dinheiro na América do Sul, e, consequentemente, atrai mais atenção à equipe.
Isso diz respeito a patrocínios e eventuais vendas de jogadores - casos de Lucas Perri e Adryelson, por exemplo, que devem ser negociados no fim deste ano - o Lyon, que também pertence a Textor, é o favorito para ficar com ambos. Para o caixa andar, o Botafogo venderá destaques para o futebol europeu - até para negociar em euros - e buscará substitutos no mercado.
Fonte: Globo Esporte