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HOMOFOBIA

Jornalista trans tem carro apedrejado no interior da Bahia

Repórter de Riachão do Jacuípe também sofreu transfobia


A jornalista Alana Rocha, moradora de Riachão do Jacuípe, no interior da Bahia, teve os vidros do carro destruídos nesta quinta-feira (13). O crime foi registrado na Polícia Civil. Alana é a primeira repórter transexual a atuar em um programa policial na TV aberta do Brasil.

Segundo a jornalista, a situação aconteceu depois que, durante um programa na rádio local, ela comentou sobre uma sessão que foi suspensa na Câmara dos Vereadores. O encontro desta quinta foi cancelado após o parente de um dos edis falecer.

Alana acredita que a violência está relacionada ao comentário que fez. "Eu apenas disse que achava que a sessão não precisava ser suspensa, mas que o vereador em questão poderia se ausentar do dia ao invés disso", disse.

Alana afirma que não é a primeira vez que sofre represálias na cidade, tendo, inclusive, sofrido transfobia, segundo relata.

"Saí da rádio e me deparei com meu carro apedrejado. Não tenho certeza sobre quem pode ter sido, quem vai me dizer são as câmeras do local, que terei acesso amanhã", afirma.

Procurada, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, através de Juan Torres, membro da diretoria, se posicionou sobre o assunto.

"É absurdo e inaceitável que qualquer jornalista sofra agress?es e intimidações pelo exercício da sua profissão. Sabemos que, fora das capitais, os jornalistas enfrentam uma vulnerabilidade ainda maior. É muito importante não só que este ato seja rapidamente apurado, mas que autoridades e órgãos de segurança atuem para que eles não se repitam", diz.

O presidente do Sindicato dos Jornalista da Bahia, Moacy Neves, afirmou que a organização acompanha as ameaças e intimidações que vêm sendo enfrentadas por Alana há dois anos.

"Seu nome, inclusive, já consta dos relatórios de 2021 e 2022, da Fenaj, sobre a violência contra profissionais de imprensa. A entidade já entrou em contato com a colega hoje à tarde, acionou sua Comissão de Mulheres para acompanhar o caso e apoiá-la, além de levar sua situação para a Rede de Combate a Violência Contra Profissionais de Imprensa."

A Polícia Civil foi procurada, mas não deu um retorno até a publicação da matéria.

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