Alzheimer pode ser consequĂȘncia de bactĂ©rias no intestino, diz estudo

Por A VOZ DA REGIÃO em 08/04/2023 às 09:09:31
Foto: Peter Dazeley/Getty Images

Foto: Peter Dazeley/Getty Images

Um estudo feito por médicos da Universidade de Nevada, nos Estados Unidos, e publicado na semana passada na revista Nature, apontou que ao menos 20 grupos de bactérias no intestino podem ter conexão com o desenvolvimento de Alzheimer.

JĂĄ havia evidĂȘncias de uma ligação entre Alzheimer e problemas intestinais, mas este estudo é o primeiro a identificar quais famílias de bactérias estão relacionadas à demĂȘncia. Para determinĂĄ-las, os pesquisadores analisaram 119 grupos de bactérias, de acordo com o Metrópoles.

O Alzheimer é uma doença neurológica e relacionada a condições genéticas. Porém, nos últimos anos, a ciĂȘncia descobriu que aquilo que comemos também parece ser determinante para o desenvolvimento da demĂȘncia.

Estudos anteriores mostraram que pacientes diagnosticados com Alzheimer tĂȘm uma microbiota intestinal menos diversa, e algumas das bactérias presentes nessas pessoas liberam toxinas que podem estimular sinais inflamatórios danosos no cérebro. No levantamento americano, os cientistas chegaram a 20 bactérias provavelmente ligadas ao desenvolvimento da doença, e quatro delas parecem ter relação com o alelo APOE, que aumenta o risco da demĂȘncia.

Um exemplo são as bactérias Collinsella, que estimulam a expressão de hormônios inflamatórios mensageiros enquanto deixam as paredes do intestino mais permeĂĄveis. Pessoas com muitos microrganismos do tipo costumam ter colesterol alto, o que sugere uma ligação entre a Collinsella, o metabolismo de gordura e a neurodegeneração, segundo os pesquisadores.

Não é possível eliminar a presença das bactérias do nosso sistema digestivo. A melhor opção é manter a flora intestinal equilibrada, com mudança de hĂĄbitos alimentares e dieta diversa e saudĂĄvel.

Os pesquisadores apontam que, nas próximas etapas do estudo, serĂĄ necessĂĄrio aumentar a quantidade de indivíduos de grupos culturais diferentes. Só comparando pessoas com diferentes dietas e equilíbrios bacterianos é que a ciĂȘncia poderĂĄ determinar como manter um ambiente saudĂĄvel dentro do intestino.


Fonte: A Voz da Região / Bahia NotĂ­cias

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