(FOLHAPRESS) - O percentual de famílias com comida insuficiente em casa atingiu em março o menor patamar da série do Datafolha, desde maio de 2021. A falta de alimentos na mesa foi uma realidade sentida por 23% dos entrevistados -oscilando negativamente na comparação com o dado anterior, de outubro de 2022 (24%).
Em julho de 2022, 33% afirmaram ter menos alimentos em casa do que a família necessitava.
Na pesquisa, 62% disseram contar com quantidade suficiente de comida (eram 56% em outubro), e apenas 15% consideravam essa quantidade mais do que suficiente (há cinco meses, eram 20%).
O combate à fome é uma das bandeiras do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o encarecimento da comida é uma das causas da falta de alimento em casa. Em fevereiro, a inflação acelerou para 0,84%, sendo de 0,16% no grupo de alimentos e bebidas.
O mês registrou queda de alimentos que tinham ficado mais caros no ano passado, como as carnes (-1,22%) - com a redução mais intensa em 15 meses-, a batata-inglesa (-11,57%) e o tomate (-9,81%).
Para 2023, há uma expectativa de queda dos preços dos alimentos, o que deve dar um alívio ao orçamento doméstico.
Segundo o Datafolha, a falta de alimentos em quantidade suficiente ocorre mais entre as mulheres (27%), os moradores da região Nordeste (30%), os que votaram em Lula (27%) e os beneficiários do Bolsa Família (23%).
A pesquisa também mostra que 26% diziam receber o benefício em março, enquanto 7% recebiam o Auxílio Gás do governo federal.
O programa de transferência de renda, que havia sido renomeado de Auxílio Brasil pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi relançado como Bolsa Família no início de março.
O presidente também prometeu combater irregularidades, como o aumento artificial das famílias com uma só pessoa que ocorreu durante o último ano do governo Bolsonaro, para fazer com que o programa chegue a quem precisa.
Pelo Datafolha, 32% dos contemplados com o Bolsa Família afirmaram que a situação econômica do país melhorou nos últimos meses, e 60% dizem crer que ela irá melhorar no futuro próximo.
Entre os que não recebem o benefício, esses percentuais são de 20% e 41%, respectivamente.
Os que recebem Bolsa Família acreditam menos em um aumento da inflação do que os que não recebem. São 46% os que dizem crer que ela irá aumentar (entre os que não são beneficiários, 57%).
Além disso, 21% dos beneficiários do Bolsa Família dizem acreditar em uma perda do poder de compra dos salários nos próximos meses, ante 35% dos demais.
A Voz da Região / Notícias Ao Minuto