O Canaltech cobriu a competição em 2020, em uma etapa no Chile na qual já se falava na ânsia para chegar ao Brasil. Três anos e uma pandemia depois, muita coisa mudou para melhor e, hoje, muito da ação que os espectadores viram nas pistas já pode ser experimentada diretamente pelos fãs, com a tecnologia disponível estando presente também nas concessionárias de algumas das marcas que participam das disputas.
"O Brasil era uma "sede natural" desde o começo. É a economia mais importante da América Latina e também tem história no esporte a motor", afirma Jamie Rigle, atual CEO da Fórmula E. Ao mesmo tempo, São Paulo também traz os desafios que a categoria deseja abordar de frente, principalmente no que toca a poluição, a mobilidade urbana e, acima de tudo, a movimentação das pessoas por uma grande cidade, a mesma em que a modalidade gosta tanto de correr.
"As mudanças climáticas são sentidas diretamente nas cidades, enquanto trazer a disputa a elas foi um de nossos princípios fundadores", continua o executivo. "A Fórmula E nos dá a oportunidade de trazer o esporte diretamente para onde as pessoas estão vivendo e mostrar os veículos elétricos como uma solução para os grandes problemas das metrópoles."
Na corrida, os espectadores têm a chance de ver tudo isso bem de perto, literalmente. As arquibancadas e camarotes ficam a poucos metros da pista, que também pode ser vista por quem está de fora. Em São Paulo, por exemplo, ela passava ao lado da Marginel Tietê e da Avenida Olavo Fontoura, o que atrai a curiosidade até mesmo de quem não é fã do esporte e nem mesmo estava sabendo que um evento acontecia ali.
"Quando se fala em automobilismo no Brasil, ainda se tem uma visão muito ligada a motores à combustão de alta potência. Tem barulho, tem ruído e uma visão mais tradicional", aponta Gabriel Patini, diretor de desenvolvimento de negócios e inovação da Jaguar Land Rover para a América Latina. "A Fórmula E vem para mostrar que o carro elétrico também pode ser tão interessante quanto. É uma prova de alto nível e que impressiona quem não conhece."
Fonte: A Voz da Região / Canaltech