Fórmula E é vitrine para o melhor momento dos carros elétricos até hoje

A Fórmula E tem dois elementos fundamentais em seu DNA, que caminham de forma intrínseca: a busca por melhorar o meio-ambiente, entregando uma competição carbono zero; e apresentar os carros elétricos como uma alternativa confiável, segura e potente para esse primeiro objetivo. Mais do que ser uma vitrine, o ePrix de São Paulo veio como demonstração de que o mercado de eletrificação está mais maduro do que nunca.

Por A VOZ DA REGIÃO em 01/04/2023 às 11:42:44
Divulgação/Fórmula E

Divulgação/Fórmula E

O Canaltech cobriu a competição em 2020, em uma etapa no Chile na qual já se falava na ânsia para chegar ao Brasil. Três anos e uma pandemia depois, muita coisa mudou para melhor e, hoje, muito da ação que os espectadores viram nas pistas já pode ser experimentada diretamente pelos fãs, com a tecnologia disponível estando presente também nas concessionárias de algumas das marcas que participam das disputas.

"O Brasil era uma "sede natural" desde o começo. É a economia mais importante da América Latina e também tem história no esporte a motor", afirma Jamie Rigle, atual CEO da Fórmula E. Ao mesmo tempo, São Paulo também traz os desafios que a categoria deseja abordar de frente, principalmente no que toca a poluição, a mobilidade urbana e, acima de tudo, a movimentação das pessoas por uma grande cidade, a mesma em que a modalidade gosta tanto de correr.

"As mudanças climáticas são sentidas diretamente nas cidades, enquanto trazer a disputa a elas foi um de nossos princípios fundadores", continua o executivo. "A Fórmula E nos dá a oportunidade de trazer o esporte diretamente para onde as pessoas estão vivendo e mostrar os veículos elétricos como uma solução para os grandes problemas das metrópoles."

Na corrida, os espectadores têm a chance de ver tudo isso bem de perto, literalmente. As arquibancadas e camarotes ficam a poucos metros da pista, que também pode ser vista por quem está de fora. Em São Paulo, por exemplo, ela passava ao lado da Marginel Tietê e da Avenida Olavo Fontoura, o que atrai a curiosidade até mesmo de quem não é fã do esporte e nem mesmo estava sabendo que um evento acontecia ali.

"Quando se fala em automobilismo no Brasil, ainda se tem uma visão muito ligada a motores à combustão de alta potência. Tem barulho, tem ruído e uma visão mais tradicional", aponta Gabriel Patini, diretor de desenvolvimento de negócios e inovação da Jaguar Land Rover para a América Latina. "A Fórmula E vem para mostrar que o carro elétrico também pode ser tão interessante quanto. É uma prova de alto nível e que impressiona quem não conhece."


Jamie Rigle assumiu a Fórmula E em 2020 e segue em frente com os desígnios de divulgar os carros elétricos e entregar um ótimo show para os espectadores das corridas (Imagem: Divulgação/Fórmula E)

O executivo, parte de uma empresa que também tem equipe disputando na categoria, sob o nome Jaguar TCS Racing, destaca o papel importante da categoria para sedimentar a ideia de que os carros elétricos são potentes e, principalmente, confiáveis. O barulho pode causar estranheza no começo, mas quando as máquinas tomam as ruas, restam poucas dúvidas.

"A prova mostra o que o carro elétrico é capaz de fazer, senão ficaríamos sempre no campo teórico", continua Patini. "Além disso, o esporte de alta performance desenvolve e eleva os padrões da tecnologia, muitas vezes até o limite. A Fórmula E ainda faz isso resolvendo um problema, o que a torna muito interessante [para o mercado como um todo]."

Tommaso Volpe, gerente-geral da equipe Nissan, concorda com essa concepção. "Estamos na Fórmula E para chegar a um nível de sofisticação e aprendizado colaborativo. O esporte aumenta a divulgação e conscientização sobre os veículos elétricos, mas também quebra velhas concepções e exibe a confiabilidade e credibilidade deles", afirma.

Fonte: A Voz da Região / Canaltech

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