Com 28 municípios em situação considerada epidêmica para a dengue, na Bahia já foram notificados 8.287 casos com suspeita da doença, entre 1º de janeiro e 07 de março, em 247 cidades. Na comparação com o mesmo período do ano passado, o incremento foi 59,2%.
Os dados são do Boletim Monitoramento das Arboviroses referente à Semana Epidemiológica (SE) 09/2023, da Superintendência de Vigilância e Proteção à Saúde (Suvisa/Sesab). Os números apontam estado de alerta em diversas regiões, notadamente em lugares mais próximos do norte e nordeste de Minas Gerais, que registraram alta incidência de casos nos dois primeiros meses do ano.
Dos municípios epidêmicos no estado, 13 são da macrorregião sudeste, cinco no extremo sul, quatro no sul, cinco no centro-leste e um no norte, onde foi confirmado o único óbito pela doença no estado este ano, em Campo Alegre de Lourdes.
Os 417 municípios da Bahia são endêmicos para o Aedes aegypti, pois o mosquito está presente em todos. A situação é epidêmica quando a incidência de novos casos ultrapassa os valores esperados para o período, orientando as autoridades e a população a adotar medidas de controle do transmissor.
Por região, o sudoeste tem 2.235 dos casos notificados, com aumento de 27% sobre os números de 2022. No extremo sul até o dia 07 de março foram registrados 1.818 casos suspeitos, com aumento de 21% em relação ao ano passado.
No entanto, Luciana ressaltou que desde julho de 2022 existe um desabastecimento por parte do Governo Federal do inseticida utilizado neste processo. "Estamos recomendando aos municípios medidas de controle vetorial com eliminação dos criadouros, além de medidas intersetoriais", pontuou.
Calamidade
Um dos municípios que recebem o fumacê, Piripá, no sudoeste e situado na divisa com Minas Gerais, é uma das 28 cidades que estão em situação epidêmica de arboviroses e decretou calamidade pública em fevereiro. A medida facilita a administração municipal no controle do vetor, através do envolvimento de diversas secretarias.
Para a enfermeira Dianna Cardoso, especializada na área epidemiologia, é importante que a população exerça o papel de monitorar e exterminar os criadouros. "No ano passado o Brasil teve mais de mil mortes por dengue, uma doença que se prolifera principalmente em locais mal cuidados. É necessário que todos participem", enfatizou.
As duas outras doenças que também são transmitidas pelo Aedes, chikungunya e zica vírus, estão com desempenhos diferenciados neste período do ano, conforme o boletim da Divep/Sesab.
A zica teve 274 notificações de casos suspeitos, em 35 municípios, com aumento de 69,1% sobre o mesmo período de 2022. Já para a chikungunya foram realizados 3.185 registros, em 130 municípios, representando redução de 32,3% em relação às mesas semanas epidemiológicas do ano passado.
A Voz da Região / A Tarde