A Polícia Federal prendeu ontem quatro suspeitos de integrar uma organização criminosa que desviou mais de R$ 50 milhões do auxílio emergencial. As prisões fizeram parte da Operação Apateones, deflagrada em 12 estados e no Distrito Federal. Cerca de 200 agentes da PF cumpriram 47 mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos estados, e apreenderam dezenas de cartões e máquinas, valores em espécie, documentos falsos e uma arma. Um casal foi preso em flagrante, em Sorocaba, São Paulo.
Um dos presos pela corporação é um hacker responsável por criar um programa usado por criminosos para comparar números de CPFs com diferentes bancos de dados para identificar quais deles teriam acesso ao benefício, pago pelo governo federal por conta da pandemia da covid-19.
Com o CPF e os demais dados obtidos, os criminosos abriam uma conta no nome da pessoa para receber os R$ 600 do auxílio. O montante coletado era movimentado para os demais integrantes do esquema por meio do pagamento de boletos falsos. Ao todo, 10 mil contas do benefício foram fraudadas, em um valor estimado pela corporação de R$ 50 milhões.
As vítimas da fraude que eventualmente foram sacar o auxílio receberam a mensagem que o valor já havia sido coletado. Aquelas que reportaram a irregularidade à Caixa Econômica Federal tiveram o dinheiro ressarcido. Essas denúncias, inclusive, iniciaram a investigação ainda em 2020, quando a Caixa repassou à PF 91 casos de fraude, em um total de R$ 54,6 mil.
Em Sorocaba, um casal foi preso em flagrante por organização criminosa. O homem também estava com documento falso e porte de arma restrito. Ao todo, no estado, foram apreendidos R$ 19.167, 149 CNHs falsas, 14 RGs falsos e duas impressoras usadas na falsificação de documentos. No Maranhão, os agentes encontraram 9 máquinas de cartão, 84 cartões de crédito, 3 cartões do INSS, 1 RG falso e dois veículos. Apreensões de documentos e dispositivos eletrônicos foram feitas em todos os estados envolvidos na operação.
A Voz da Região / Correio Braziliense