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Pesquisas

AtlasIntel/A TARDE desbanca pesquisas tradicionais

Estreia de instituto na Bahia, por meio de parceria com A TARDE, provoca grande impacto


A Tarde

Quando as urnas foram abertas, no dia 2 de outubro, comprovaram a projeção feita com extrema precisão pela pesquisa AtlasIntel/A TARDE durante todo o primeiro turno da eleição ao Governo do Estado.

Naquela ocasião, o petista conquistou a preferência de 49,45% dos eleitores, contra 40,8% obtidos por ACM Neto (União Brasil), uma diferença de 700 mil votos. Um dia antes, o instituto divulgava o placar de 47,7% a 40,9%, o mais próximo do resultado entre todos os levantamentos, incluindo os mais tradicionais, que cravaram a vitória do ex-prefeito de Salvador ainda no primeiro turno.

O resultado mostrou que a AtlasIntel/A TARDE conseguiu captar com exatidão o que passou despercebido por outras pesquisas. O CEO do instituto, Andrei Roman, acredita que um dos diferenciais da sondagem, produzida via internet, foi a capacidade de apurar o movimento de construção de uma vantagem expressiva para Jerônimo nos municípios baianos.

"Tivemos uma coleta muito mais granular, em termos de chegar no interior do estado. A gente coletava em cada pesquisa resultados de mais de 300 municípios, enquanto as pesquisas presenciais e telefônicas mal conseguiam chegar 60, 70, no máximo 80 municípios", explica.

Outro fator determinante para o sucesso da AtlasIntel/A TARDE na eleição foi a compreensão de particularidades do eleitorado baiano. "A gente viu que tinha uma tendência de voto enraizado nos candidatos do PT", revela Roman.

"As pessoas poderiam ter ouvido falar uma vez sobre Jerônimo, mas não lembrariam que ele era o candidato do PT. Então, a apresentação da sigla dentro do questionário é para que as pessoas pudessem lembrar melhor das informações para as quais já tinham as respostas", analisa Roman.

A ascensão do candidato do PT ao governo da Bahia no processo eleitoral foi apontada desde o primeiro dos 11 levantamentos, divulgado no dia 17 de julho, quando Jerônimo aparecia ainda em segundo lugar, mas já com 32,6% dos votos. Duas pesquisas depois, o instituto apontava o primeiro empate técnico entre Neto (42%) e Jerônimo (41%). A virada veio no dia 21 de setembro, em novo empate técnico, mas com Jerônimo numericamente à frente pela primeira vez (47% contra 46%), movimento que se consolidou e garantiu a vitória petista ao fim da campanha.

A estreia da AtlasIntel em pesquisas eleitorais na Bahia, por meio da parceria com A TARDE, provocou grande impacto e alterou a lógica, dominante e cômoda, em que os levantamentos, e até parte dos veículos de comunicação, atuavam para fortalecer o discurso de vitória da campanha de ACM Neto ainda no primeiro turno.

"A TARDE meio que furou esse discurso monopolista da mídia. E na medida em que a pesquisa tira essa imagem de invencibilidade do candidato, algumas pessoas podem repensar sua opção de voto", explica Andrei.

Com o protagonismo exercido nas eleições, cujos resultados destoavam dos demais institutos, a pesquisa AtlasIntel/A TARDE passou a ser alvo de ataques. Roman conta que enfrentou um "exército de advogados" da campanha do ex-prefeito de Salvador para tentar impedir a divulgação dos números.

"O que achei um pouco triste nisso é que, ao invés de se embasarem em argumentos técnicos, eles passaram a difamar, que talvez era a coisa mais fácil, mas não a coisa mais justa e honesta", destaca Roman, para quem foi importante "não ter traído a confiança do A TARDE, que tem um papel tão importante na mídia baiana, e da sua audiência".

Análise

Para o comentarista político de A TARDE, Levi Vasconcelos, a pesquisa da AtlasIntel deu "um passeio" nos institutos mais tradicionais e alcançou "grande patamar de credibilidade para o jornal, por ter feito a coisa como deveria ser feita".

"As pesquisas eram feitas sem apresentação dos candidatos. Mas quem é Jerônimo? Ninguém sabia quem era. Esse foi o "x" da questão. (…) ACM Neto cometeu alguns equívocos pela convicção de que iria ganhar, e eu acho que ele perdeu pro "13", sem nenhuma dúvida".

O experiente analista compara as eleições a uma partida de futebol. "No jogo, assim como na política, o que importa é como termina e não como começa. Olha como o ano começou pra ACM Neto, sorridente, e olha como acabou", aponta Levi.


A Tarde

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