Quando a Bahia enfrentou a chamada primeira onda da Covid-19, ainda em 2020, pouco se sabia sobre a doença e sobre qual seria o futuro do planeta. O clima de insegurança e medo ainda pairava quando se chegou ao pico de 2.158 mortes pela doença em julho, ainda consequĂȘncia de um momento em que as pessoas não sabiam como se proteger - ou não levavam a sério seus impactos. Mais de 2 anos e milhões de vacinas depois, o cenĂĄrio é completamente diferente, e muitos nem notaram que os baianos passaram por uma quarta onda do vĂrus.
A reconhecida segunda onda chegou por aqui em meio ao otimismo com a distribuição de imunizantes. Apesar de apenas idosos e pessoas do grupo de risco terem conseguido a injeção nos primeiros meses de 2021, muitos consideravam que o jogo estava mudando. Essa crença aliada ao verão brasileiro e ao relaxamento das medidas de distanciamento fez com que os baianos vissem o pior mĂȘs da pandemia em nosso território: em março de 2021, 3.521 pessoas perderam a vida para a Covid-19 no estado. O mĂȘs registrou o pico de 89% de ocupação de UTIs, em meio a um trabalho do governo da Bahia para reabrir leitos e evitar cenĂĄrios trĂĄgicos como registrados em Manaus, quando pessoas morreram por falta de oxigĂȘnio (relembre aqui e aqui).
O ano de 2022 chegou com a esperança de melhores notĂcias, após meses seguidos com menos de 250 mortes registradas. Mas o ânimo das festas de réveillon e o descumprimento da exigĂȘncia de vacinas fez o sonho de um carnaval, mesmo que indoor, acabar às vésperas da folia (relembre aqui). E foi exatamente em fevereiro que as famĂlias baianas lidaram com mais um pico da doença: a "terceira onda" chegou ao mĂĄximo de 1.274 mortes ocorridas nos 28 dias do mĂȘs.
Com a aplicação das doses de reforço, e em um cenĂĄrio de praticamente retorno à normalidade, os nĂșmeros voltaram a crescer, mas em nĂșmeros que jĂĄ não assustaram os baianos ou as autoridades. Em julho, de acordo com dados da Secretaria Estadual de SaĂșde (Sesab), foram 433 óbitos causados pelo vĂrus, após sucessivos aumentos. Porém, os casos jĂĄ voltam a cair: até o momento, a pasta só confirmou 9 mortes pela doença ocorridas em setembro deste ano.
O nĂșmero de casos ativos no estado também ficou abaixo de 700 por 21 dias em setembro, o que também aponta para um controle maior da doença.
PERFIL DAS VĂTIMAS DA COVID-19
Em meio ao aumento no nĂșmero de casos e óbitos em decorrĂȘncia da Covid-19 no mĂȘs de agosto na Bahia, a secretĂĄria da SaĂșde do Estado, Adélia Pinheiro, atribuiu o crescimento ao diagnóstico de casos em junho e julho (veja aqui). Questionada pelo Bahia NotĂcias, a titular da Sesab destacou a importância de concluir o ciclo vacinal contra a doença.
Ainda assim, o perfil das vĂtimas é bem diferente do que o visto no inĂcio da pandemia. "A maior parte desses óbitos teve ocorrĂȘncia na população de idosos e pessoas sem vacinação completa. E aĂ eu chego no principal diĂĄlogo nesse momento sobre Covid: a nossa rede de assistĂȘncia e todas as ações de enfrentamento permanecem em alerta. Acompanhamos diariamente nĂșmero de leitos, pacientes internados, demandas de internamento e temos toda rede de vacinação atenta e com material para fazer vacinação. A nossa principal estratégia para evitar o agravamento dos casos é a vacina", acrescentou.
VACINAÇÃO NA BAHIA
Apesar da boa resposta entre os adultos, a vacinação ainda estĂĄ muito abaixo do esperado entre as crianças de 3 e 4 anos.
A Ășltima faixa a ser incluĂda, em 19 de julho deste ano, tem apenas 11,6% de proteção com a primeira dose.
Porém, o nĂșmero salta para 70,66% quando se considera crianças entre 5 e 11 anos, e 91,55% com a primeira dose entre aqueles acima de 12 anos.
Ainda assim, a busca pelas doses de reforço reduziu gradativamente. Com a segunda dose, o Ăndice entre os baianos vai a 84,97%; passando para 57,35% com a terceira e 39% com a quarta.
Fonte: A Voz da Região / Bahia NotĂcias