Resposta às ameaças
O organismo reage dessa forma por acreditar que está sendo envenenado. E o cérebro é o responsável por fazer essa leitura da realidade e lidar com o suposto perigo. Ter a percepção que o corpo está se deslocando em um meio de transporte mesmo enquanto permanece em repouso, sentado ou em pé no veículo, é o que causa essa confusão sensorial.
E isso é tão sério que o cérebro entende que está ocorrendo a destruição de tecidos nervosos. A partir disso, os enjoos e mesmo a tontura podem ser o sinal de alerta emitido. Apesar de você saber que não há a menor chance disso estar ocorrendo, a mente processa milhares de informações recebidas o tempo todo e segue respondendo instintivamente a elas.
Existem diversas regiões do corpo que estão, de alguma forma, ligadas à noção de movimento. Por isso, tanto no carro ou barco quanto no carrossel do parque de diversões ocorre a recepção de estímulos sensoriais que são contraditórios, causando essa confusão. Algumas pessoas chegam a vomitar devido à náusea persistente.
Lidando com o desconforto
Temos algumas dicas simples que podem ser úteis para reduzir esse conflito entre os sentidos e aliviar os sintomas: observar o trajeto pela janela, fixando o olhar em algum ponto do horizonte, é uma boa medida. Evitar ler e utilizar dispositivos móveis também pode ser útil! E claro, não abusar de refeições mais pesadas antes de sair também reduz o desconforto.
O importante é não recorrer a nenhum tratamento milagroso, como ficar de cabeça baixa ou tomar qualquer remédio sem antes consultar um médico. Também não há nenhuma comprovação científica de que cheirar limão possa ter qualquer utilidade nesse sentido, viu?
Um fato curioso é que, apesar de soar estranho, esse mecanismo de defesa é bastante similar ao das reações alérgicas, mostrando que nosso organismo está sempre atento aos sinais captados externamente para nos alertar e tentar nos proteger – mas às vezes acaba exagerando nisso.
A Voz da Região / Mega Curioso