Ouvir mĂșsica não é só um entretenimento e uma medida para acalmar e relaxar – ela pode trazer diversos benefĂcios para a saĂșde, como alĂvio de dores, melhora da memória e até mesmo um estĂmulo para a prĂĄtica de atividade fĂsica.
Além disso, funciona como um "remédio" para vĂĄrios problemas, como mostraram a pediatra Ana Escobar e a musicoterapeuta Marly Chagas no Bem Estar desta quinta-feira (6).
Isso acontece porque a mĂșsica ativa o centro de prazer do cérebro, assim como o sexo e o chocolate, por exemplo. Ela libera dopamina e causa uma sensação de bem-estar e, por isso, tem sido usada por médicos, terapeutas e preparados fĂsicos como tratamento de diversos problemas – e tem trazido ótimos resultados.
Em relação à atividade fĂsica, a mĂșsica pode ajudar a embalar o exercĂcio e tornĂĄ-lo mais fĂĄcil e mais prazeroso, como mostrou a reportagem da Marina AraĂșjo.
Segundo o mĂșsico e empresĂĄrio Alexandre Casa Nova, a mĂșsica é um estĂmulo importante para quem se exercita porque disfarça a sensação de fadiga, dor e cansaço e, no lugar, traz um sentimento bom de alegria e motivação, deixando a pessoa mais confortĂĄvel.
O mesmo acontece com a mĂșsica para dormir ou acordar. Sons mais graves e lentos, por exemplo, ajudam a pessoa a se desligar das preocupações e, comprovadamente, facilitam o sono e combatem a insônia. Por outro lado, sons animados, energéticos e acelerados são bons durante a manhã para despertar e ajudar a acordar.
HĂĄ ainda o benefĂcio da mĂșsica durante o perĂodo de gestação – ela é capaz de acalmar os recém-nascidos e reduzir, por exemplo, em até dez dias a permanĂȘncia deles na UTI neonatal.
Essa identificação dos pequenos com a mĂșsica começa, no entanto, depois da 21ÂȘ semana de gestação, como explicou a pediatra Ana Escobar.
Isso porque, na 20ÂȘ semana, o aparelho auditivo do bebĂȘ, apesar de jĂĄ estar pronto para receber vibrações sonoras, ainda tem o conduto auditivo externo bloqueado por um tecido de células que protege o desenvolvimento do tĂmpano. A partir da 21ÂȘ semana, essa parede se rompe, o tĂmpano entra em contato com o lĂquido amniótico e começa a receber e processar vibrações, fazendo com o que o bebĂȘ comece a ouvir.
Musicoterapia
O repórter Phelipe Siani mostrou a história do Edson, um garoto que foi diagnosticado com autismo aos 6 anos de idade. O menino tinha dificuldades para falar, mas na frente do videogame, costumava se soltar.
Por isso, os pais recorreram à musicoterapia, um tratamento que começou a deixar o Edson mais calmo, atento e com interesse pelo mundo em sua volta. Com o tempo, os resultados foram ainda melhores: ele começou a interagir com as pessoas, a cumprimentĂĄ-las e a procurĂĄ-las também – tudo reflexo da mĂșsica dentro da vida do menino.
A Voz da Região / g1.globo.com