Instável: Vitória teve 18 trocas de técnicos nos últimos 5 anos

Leão irá para o terceiro treinador na temporada, após a demissão de Geninho

Por A Voz da Região em 23/04/2022 às 08:42:29
Vitória terá terceiro técnico na temporada 2022 (Arisson Marinho/Arquivo Correio)

Vitória terá terceiro técnico na temporada 2022 (Arisson Marinho/Arquivo Correio)

O Vitória vai para seu terceiro técnico na temporada. O Leão começou o ano com Dado Cavalcanti, mas o treinador não resistiu à eliminação precoce no Campeonato Baiano, e se despediu em março. No mesmo dia, Geninho foi anunciado, e era a esperança do time para voltar à Série B. Mas a passagem foi relâmpago.

Após apenas quatro jogos no comando do rubro-negro (em pouco mais de um mês), o comandante de 73 anos foi demitido. A decisão foi anunciada pelo clube na noite de quarta-feira (20), após a derrota por 3x0 para o Fortaleza, na Arena Castelão, pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil.

A instabilidade de técnicos do Vitória, aliás, já virou algo comum. O Leão irá para sua 18ª troca de treinador em cinco anos. Foram 17 comandantes no rubro-negro de 2017 para cá - com as duas passagens de Geninho: entre 2019 e 2020, e agora, em 2022.


Desde a chegada de Argel Fucks, ainda em 2016 (foi quem abriu a temporada 2017) até agora, a média de tempo de um técnico no Vitória é de aproximadamente 108 dias - ou pouco mais de três meses.

Quem ficou menos tempo no cargo foi Mazola Júnior. Assim como Geninho, ficou na Toca do Leão por apenas quatro duelos, mas disputados em apenas 15 dias. Já Vagner Mancini é quem conseguiu se manter por mais tempo: pouco mais de um ano, entre 2017 e 2018.

Veja um resumo abaixo, e a lista com as 18 passagens dos técnicos ao fim da matéria:

2017 - quatro técnicos

O ano de 2017 começou com Argel Fucks, que havia sido contratado durante o Brasileirão de 2016. Na época, ele conseguiu evitar o rebaixamento à Série B e ficou no cargo para a temporada seguinte. Mas acabou demitido no dia 1º de maio de 2017, após 42 partidas e um aproveitamento de 68%.

Depois, foi a vez de Dejan Petkovic, que já era gerente de futebol e acumulou a função com a de treinador. O sérvio, porém, só comandou o time em quatro compromissos. Depois, se tornou diretor de futebol, e o bastão foi repassado para Alexandre Gallo. Também que não durou muito tempo: ficou no Leão durante pouco mais de um mês, saindo em julho.

Petkovic chegou a acumular as funções de técnico e gerente de futebol
(Foto: Maurícia da Matta/EC Vitória)

Em seguida, veio Vagner Mancini. Foi o único, desde 2017, que conseguiu comemorar um ano à frente do Vitória. O técnico passou 369 dias no cargo, comandando o rubro-negro em 67 jogos. Ao longo desse tempo, conseguiu salvar o time do rebaixamento à Segundona.


2018 - manutenção de Mancini e uma troca

Com Vitória na Série A em mais um ano, Vagner Mancini foi mantido no cargo para o ano de 2018. Mas, quatro dias depois de comemorar um ano no clube, foi demitido. Ele já vinha pressionado após sofrer uma goleada de 4x1 para o Bahia na Fonte Nova. Pouco depois, a equipe perdeu para o Athletico-PR por 4x0, e o resultado marcou a saída de Mancini, em julho.

Mancini ficou pouco mais de um ano no Vitória
(Maurícia da Matta/EC Vitória)

Paulo César Carpegiani assumiu o Vitória na sequência. Chegava para fazer sua terceira passagem pelo clube, e teve um início de trabalho promissor. Mas não conseguiu manter uma sequência positiva e, após 14 partidas pelo Brasileirão, foi mais um a dar adeus ao clube rubro-negro, em novembro.

O Vitória então foi comandado até o fim da Série A pelo interino João Burse, que não conseguiu livrar o time do rebaixamento.

2019 - cinco técnicos anunciados

Ainda no fim de 2018, Marcelo Chamusca foi anunciado pelo clube, para a temporada 2019. Era apenas o primeiro dos cinco técnicos que o Vitória teria naquele ano. Esteve à frente do time em 14 partidas, mas se viu pressionado pela eliminação precoce na Copa do Brasil, na primeira fase, e foi demitido após deixar o Leão fora das semifinais do Campeonato Baiano.

Depois, foi a vez de Cláudio Tencati. Assumiu em março, mas não teve desempenho satisfatório, com apenas 23,8% de aproveitamento. Assim, foi demitido dois meses depois, em maio. Osmar Loss veio na sequência, e também não ficou na Toca do Leão por muito tempo: foram 10 jogos apenas, saindo em agosto.

Chamusca foi o primeiro dos cinco técnicos que o Vitória teve em 2019
(Foto: Mauricia da Matta/EC Vitória)

Um cenário parecido com o que viveu Carlos Amadeu: comandou o rubro-negro em 9 duelos, e chegou a ter 7 partidas de invencibilidade. Mas acumulou duas derrotas seguidas e foi mais um a se despedir, após apenas 44 dias.

Foi então que chegou Geninho. O técnico tinha a complicada missão de livrar o Vitória do rebaixamento, e conseguiu: e equipe terminou a Série B na 12ª posição, somando 45 pontos e 46,6% de aproveitamento.

2020 - início com Geninho, mas com quatro mudanças

O desempenho positivo fez com que Geninho fosse mantido para a temporada 2020. Mas veio a covid-19, e a paralisação do futebol no mundo. O Vitória alegou dificuldades financeiras, por causa da pandemia, e demitiu o experiente técnico em junho.

Bruno Pivetti foi efetivado, mas, após 19 partidas e 36,8% de aproveitamento, acabou desligado, no início de outubro. Barroca veio logo depois. Mas, diferente dos antecessores, foi ele quem pediu demissão, no mês seguinte, para assumir o Botafogo.

Rodrigo Chagas ficou como interino em quatro compromissos. Até chegar Mazola Júnior, que, da mesma forma que Geninho em 2022, teve uma passagem relâmpago: somente quatro duelos. Chagas retornou ao cargo, dessa vez efetivado.

Mazola teve apenas 15 dias de trabalho no Vitória
(Foto: Tiago Caldas/CORREIO)

2021 - Chagas começa, sai e chegam mais dois

No período que ficou à frente do Vitória, Rodrigo Chagas ajudou o Vitória a evitar o rebaixamento para a Série C. Também avançou até as semifinais da Copa do Nordeste. Porém, foi eliminado da primeira fase do Campeonato Baiano. Em junho, a diretoria rubro-negra optou pela interrupção do trabalho do treinador.

Rodrigo Chagas ajudou o Vitória a escapar do rebaixamento na Série B 2020, mas foi demitido em 2021
(Foto: Letícia Martins/EC Vitória)

Era a hora de Ramon Menezes. Que começou muito bem, com uma classificação histórica sobre o Internacional, no Beira-Rio, na Copa do Brasil. Mas, depois, venceu só mais duas partidas e não conseguiu fazer o Leão deixar as últimas posições da Série B.

O terceiro treinador de 2021 foi anunciado em agosto: Wagner Lopes. O comandante ficou até o fim da Segundona, mas não conseguiu evitar a queda à Série C, após o terceiro ano seguido na luta contra o rebaixamento. Com o fim da temporada, o contrato de Wagner terminou, e não foi renovado.

2022 - indo para o terceiro

Ainda em dezembro de 2021, Dado Cavalcanti foi confirmado pelo Vitória para a temporada 2022. Mas não chegou nem a disputar a Série C. Deixou uma impressão negativa ao não conseguir a classificação para o mata-mata do Baianão - em um ano em que o Leão ficou de fora da Copa do Nordeste - e se despediu em março.

Horas depois, o clube anunciava o retorno de Geninho, para sua quinta passagem. Mas a estadia na Toca do Leão foi relâmpago: praticamente um mês. Depois de quatro jogos, foi demitido na última quarta-feira (20).

Geninho foi demitido após quatro jogos
(Foto: Pietro Carpi/EC Vitória)

Treinadores do Vitória desde 2017:

  1. Argel Fucks: 231 dias (entre 2016 e 2017). Foram 42 jogos, com 27 vitórias, 5 empates e 10 derrotas. Aproveitamento de 68%.
  2. Dejan Petkovic: 23 dias (deixou o cargo para ser diretor de futebol do clube). Foram 4 jogos, com 1 empate e 3 derrotas. Aproveitamento de 8%.
  3. Alexandre Gallo: 48 dias. Foram 11 jogos, com 3 vitórias, 2 empates e 6 derrotas. Aproveitamento de 33%.
  4. Vagner Mancini: 369 dias (entre 2017 e 2018). Foram 67 jogos, com 29 vitórias, 15 empates e 23 derrotas. Aproveitamento de 51%.
  5. Paulo Cesár Carpegiani: 84 dias. Foram 14 jogos, com 4 vitórias, 3 empates e 7 derrotas. Aproveitamento de 36%.
  6. Marcelo Chamusca: 102 dias. Foram 14 jogos, com 3 vitórias, 7 empates e 4 derrotas. Aproveitamento de 38%.
  7. Cláudio Tencati: 61 dias. Foram 7 jogos, com 1 vitória, 2 empates e 4 derrotas. Aproveitamento de 24%.
  8. Osmar Loss: 75 dias. Foram 10 jogos, com 2 vitórias, 2 empates e 6 derrotas. Aproveitamento de 27%.
  9. Carlos Amadeu: 44 dias. Foram 9 jogos, com 3 vitórias, 4 empates e 2 derrotas. Aproveitamento de 48%.
  10. Geninho: 274 dias. Foram 25 jogos, com 9 vitórias, 11 empates e 5 derrotas. Aproveitamento de 51%.
  11. Bruno Pivetti: 110 dias. Foram 19 jogos, com 4 vitórias, 9 empates e 6 derrotas. Aproveitamento de 37%.
  12. Eduardo Barroca: 51 dias. Foram 9 jogos, com 1 vitória, 5 empates e 3 derrotas. Aproveitamento de 30%.
  13. Mazola Júnior: 15 dias. Foram 4 jogos, com 1 vitória e 3 derrotas. Aproveitamento de 25%.
  14. Rodrigo Chagas: 167 dias. Foram 30 jogos, com 11 vitórias, 13 empates e 6 derrotas. Aproveitamento de 51%.
  15. Ramon Menezes: 58 dias. Foram 16 jogos, com 3 vitórias, 6 empates e 7 derrotas. Aproveitamento de 31%.
  16. Wagner Lopes: 110 dias. Foram 24 jogos, com 7 vitórias, 10 empates e 7 derrotas. Aproveitamento de 43%.
  17. Dado Cavalcanti: 84 dias. Foram 10 jogos, com 3 vitórias, 5 empates e 2 derrotas. Aproveitamento de 47%.
  18. Geninho: 34 dias. Foram 4 jogos, com 1 vitória e 3 derrotas. Aproveitamento de 25%.


Fonte: A Voz da Região / Correio24horas

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