De modo geral, a eliminação de processos em segundo plano faz parte de uma política implementada pelo fabricante para evitar que o desempenho do celular seja prejudicado ou, ainda, que a autonomia da bateria diminua.
O efeito disso não poderia ser outro: apps que precisam rodar em segundo plano não conseguem cumprir a sua função devidamente. No caso de um aplicativo de monitoramento de sono, por exemplo, os resultados entregues ao usuário podem ser pouco precisos.
Alguns fabricantes até criam listas de exceções, mas, normalmente, elas envolvem apps muito conhecidos, como Facebook e WhatsApp, e deixam ferramentas de pequenos desenvolvedores de fora.
Nessas circunstâncias, não é raro o usuário ter a impressão de que o problema está no aplicativo, não em seu smartphone.
Essa abordagem não é recente. Nos últimos anos, o Google implementou mecanismos que otimizam as formas como o sistema operacional lida com apps em segundo plano, a exemplo do App Standby Buckets, recurso implementado no Android 9 que melhora o gerenciamento da bateria.
Apesar dos avanços na plataforma, muitos fabricantes ainda implementam políticas próprias para o tratamento de aplicativos em segundo plano, com o agravante de, frequentemente, não serem transparentes com o usuário ou com os desenvolvedores sobre como esse tipo de controle é feito.
É claro que os desenvolvedores reclamam. E não é de hoje. O XDA Developers observa que a principal discussão aberta a respeito desse assunto foi criada no Issue Tracker do Google (rastreador de falhas) no final de 2018.
Problema é mais frequente em marcas chinesas
Chama a atenção o fato de as reclamações envolverem sobretudo marcas chinesas (mas não exclusivamente), como Xiaomi, Huawei e OnePlus. Em uma das mensagens mais recentes, um desenvolvedor comentou que determinados celulares eliminam até o AccessibilityService, um importante recurso nativo do Android.
Foi aí que, em clima de "antes tarde do que nunca", um funcionário do Google respondeu que o problema vai ser investigado e, para tanto, criou um formulário com o qual desenvolvedores podem fazer denúncias relacionadas ao problema.
O formulário pede informações como nome do aplicativo afetado, modelo do aparelho em que o problema ocorreu, versão do Android instalada nele e informações sobre como reproduzir o comportamento prejudicial.
Don"t kill my app
Para quem desconfia que seu celular "mata" aplicativos indevidamente ou quer se aprofundar no assunto, uma dica é acessar o Don"t kill my app. O site lista as marcas com as quais esse tipo de comportamento ocorre com mais frequência e dá orientações para resolver ou atenuar o problema.