O governo do presidente Lula estĂĄ em uma ofensiva para colocar o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como o novo chefe executivo da Vale, a maior mineradora do Brasil. Segundo fontes próximas ao PalĂĄcio do Planalto, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, entrou em contato com os principais acionistas da empresa para defender a indicação de Mantega, que teria um salĂĄrio de cerca de R$ 60 milhões por ano.
O atual CEO da Vale, Eduardo Bartolomeo, quer continuar no cargo e tem o apoio de parte do conselho de administração. Bartolomeo assumiu a liderança da empresa em 2019, após o rompimento da barragem de Brumadinho, que matou mais de 200 pessoas e causou um enorme dano ambiental. Desde então, ele vem conduzindo um processo de recuperação da imagem e da rentabilidade da Vale, que registrou um lucro líquido de R$ 26,7 bilhões em 2022.
O governo pode usar como argumentos a renovação de concessões de ferrovias e a retomada de direitos minerĂĄrios para pressionar a Vale a aceitar a mudança de comando. A Vale é a maior operadora de ferrovias do país e depende de autorizações do governo para explorar minérios em diversas regiões. O governo também pode alegar que Mantega tem experiĂȘncia no setor, pois foi presidente do conselho de administração da Petrobras entre 2010 e 2015.
No entanto, o plano do governo pode enfrentar resistĂȘncia no Congresso Nacional, que pode se opor à escolha de Mantega por questões políticas e éticas. Mantega foi ministro da Fazenda nos governos de Lula e Dilma Rousseff e é investigado na Operação Lava Jato por suspeita de receber propina de empreiteiras. Além disso, alguns parlamentares podem defender a autonomia da Vale e a preservação do seu atual CEO.
Fonte: CNN Brasil