O Banco Central do Brasil divulgou, na manhã desta segunda-feira (26/6), os dados referentes ao setor externo de maio deste ano. Segundo os números, a balança comercial de bens registrou o maior superavit da série histórica: US$ 9,7 bilhões. O valor é quase o triplo do saldo positivo alcançado em maio do ano passado, que foi de US$ 3,4 bilhões.
Além disso, as exportações de bens também atingiram o mesmo recorde e somaram US$ 33,3 bilhões, o que representa um incremento de 11,2% na comparação com outros anos. Já as importações recuaram 11,3%, considerando a mesma base de comparação, e totalizaram US$ 23,6 bilhões no período.
Para a especialista em comércio internacional da BMJ Consultores Associados Bruna Rizzolo, o recorde da balança comercial no mês passado foi possibilitado pelas tendências opostas entre importação e exportação, o que incrementou as exportações líquidas.
"Ainda que o resultado positivo indique elevada demanda internacional por produtos brasileiros, principalmente por soja e petróleo bruto, a relevante contração nas importações reforça a tendência de estagnação no consumo nacional, consequência da política monetária contracionista implementada pelo Banco Central," explicou Rizzolo. A especialista ainda destacou a valorização do real desde o início do mês de junho, como um fator que tende a elevar as importações do país, embora a taxa de juros ainda deva causar impactos nesse período.
O mês de maio também foi de superavit nas transações correntes do balanço de pagamentos. O saldo positivo foi de US$ 649 milhões, o que representa um resultado amplamente superior na comparação com o mesmo mês do ano passado, que registrou deficit de US$ 4,6 bilhões.
Na mesma comparação, o deficit em renda primária subiu US$ 1,1 bilhão, enquanto o deficit em serviços recuou US$ 290 milhões e o superávit em renda secundária reduziu US$ 309 milhões. Nos últimos doze meses, até maio, o déficit em transações correntes somou US$ 48,5 bilhões, o que representa 2,45% do PIB, ante US$ 53,8 bilhões (2,73% do PIB) em abril e US$ 51,2 bilhões (2,89% do PIB) em maio de 2022.
Fonte: A Voz da Região / Correio Braziliense