Para se ter uma noção, na Amazônia Central, comunidades ribeirinhas não possuem acesso a sistemas de abastecimento de água. O volume de chuva da região representa cerca de 2.500 litros por metro quadrado ao longo de um ano, mas, enquanto 73% destes domicílios possuem reservatórios de água, apenas 35% têm capacidade para mais de 100 litros por pessoa.
Há pequenas comunidades que dependem de água de poços, mas, quando isso não é possível, recorrem aos rios e lagos amazônicos. O problema é que estes possuem muito sedimento ou matéria orgânica.
OI Norte do Brasil apresenta os piores índices de saneamento do país: mais de 4 milhões de pessoas precisam buscar suas próprias fontes de água todos os dias. Considerando que o consumo médio do brasileiro é de cerca de 150 litros de água por dia, uma pessoa dessa região precisa carregar 10 baldes de 15 kg por longas distâncias, diariamente.
É com esse cenário em mente que a ONU apresenta a Agenda 2030 com o lema "não deixar ninguém para trás". A proposta é fornecer o acesso universal e equitativo a água potável e segura para todos.
"A disfunção ao longo do ciclo da água prejudica o progresso em todas as principais questões globais, da saúde à fome, da igualdade de gênero aos empregos, da educação à indústria e dos desastres à paz", diz a organização, em comunicado referente ao Dia Mundial da Água. "No momento, estamos seriamente fora dos trilhos. Bilhões de pessoas e inúmeras escolas, empresas, centros de saúde, fazendas e fábricas estão sendo retidos porque seus direitos humanos à água e ao saneamento ainda precisam ser cumpridos", conclui.
Fonte: A Voz da Região / Canal Tech