Quase 40% da Amazônia foram degradados por atividades humanas, diz estudo
Estudo internacional com a participação de 11 cientistas brasileiros mostra que atividades humanas na Amazônia destruíram uma área maior do que se pensava, com impactos que reverberam em todo o planeta. Autores propõem a criação de sistema de monitoramento
Quase 40% da Floresta Amazônica foi degradada por atividades humanas, afirma um estudo publicado na revista Science, que aponta um efeito catastrófico da destruição para todo o planeta. A área, equivalente a 10 vezes a do Reino Unido, foi afetada por ações como incêndios intencionais e extração ilegal de madeira, entre outras. Uma das consequências preocupantes é a emissão de CO2 na atmosfera equivalente ou superior às causadas pelo desmatamento. A Amazônia detém 10% da biodiversidade do planeta e impacta o ciclo hidrológico da Terra. A situação, alertaram os pesquisadores, é mais grave do que se imaginava.
Os dados divulgados por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, correspondem à região Pan-Amazônica, que envolve a Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, as Guianas e o Suriname, além do Brasil. O estudo é assinado por 35 cientistas, sendo 11 brasileiros.
O estudo mostra que os ecossistemas amazônicos estão sendo rapidamente arruinados pelas atividades industriais humanas. Um total cumulativo de 17% da floresta original já foi desmatado e 14% substituído pelo uso da terra agrícola. Após milhões de anos servindo como um imenso reservatório global de carbono, sob um aquecimento ainda maior, a Floresta Amazônica deverá se tornar uma fonte líquida de CO2 para a atmosfera. Algumas regiões já fizeram a transição, com a respiração e as queimadas superando os efeitos da fotossíntese.
Fonte: A Voz da Região / Correio Braziliense