Apenas 5% dos estudantes terminam o ensino médio da rede pública com aprendizado considerado adequado em matemática, segundo estudo feito com base nos resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021. Em 16 estados brasileiros, não se chega nem a esse percentual.
Nacionalmente, cerca de 57% dos estudantes que estavam prestes a se formar na escola no ano passado têm conhecimento insuficiente em matemática e outros 38%, somente o básico.
A defasagem na aprendizagem de matemática no país é histórica e se agravou com a pandemia de Covid, que deixou as escolas sem aulas presenciais por um longo período em 2020 e 2021. Em 2019, o índice de estudantes com conhecimento avaliado como adequado na disciplina era de 7%.
Em língua portuguesa, a situação é um pouco melhor, mas, ainda assim, longe da ideal: em torno de 31,3% dos alunos do ensino médio da rede pública têm aprendizado adequado. Em 2019, somavam 34%.
Os dados do Saeb, que é uma prova de português e de matemática feita a cada dois anos, foram tabulados pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede) e divulgados nesta quarta-feira (30) em evento para marcar os dez anos do portal QEdu.
A plataforma, que é um dos maiores portais de dados educacionais abertos do Brasil, tem o apoio institucional da Fundação Lemann, B3 Social, Itaú Educação e Trabalho e da Fundação Roberto Marinho.
Os baixos índices de aprendizagem estão entre os temas de discussão dos painéis do evento, realizado em São Paulo e que contará com a participação de pesquisadores, educadores e secretários de Educação. A palestra de abertura terá transmissão gratuita e poderá ser acompanhada pelo YouTube do canal Futura.
Os resultados preocupantes no aprendizado de matemática são perceptíveis já nos anos iniciais do ensino fundamental, com 36,7% dos estudantes da rede pública com aprendizado adequado na disciplina em 2021. Houve uma piora em relação a 2019, quando o índice tinha sido de 47%.
Nos anos finais do ensino fundamental, o percentual que já não era alto caiu também e chegou a 15,3%. Em 2019, eram 18%.
Uma das hipóteses para essa queda maior nos anos iniciais em comparação ao cenário de pré-pandemia seria a dificuldade de se ensinar a disciplina de forma remota e a das famílias apoiarem os filhos.
Fonte: A Voz da Região / g1.globo.com