Centro de formação do MST Ă© pichado com suĂĄsticas nazistas e palavra "mito" em Pernambuco

Casa da coordenadora do Centro de Formação Paulo Freire tambĂ©m foi alvo de incĂȘndio, no assentamento Normandia

Por A Voz da Região em 14/11/2022 às 16:34:54
Suásticas, símbolo nazista, e a palavra "mito" foram espalhados pelas paredes do centro - Foto: Divulgação/MST

Suásticas, símbolo nazista, e a palavra "mito" foram espalhados pelas paredes do centro - Foto: Divulgação/MST

Na madrugada do último sĂĄbado (12), uma invasão criminosa espalhou pelo Centro de Formação Paulo Freire (CFPF), em Caruaru (PE), pichações com teor bolsonarista e neonazista. Além de grafarem as palavras "mito" e o símbolo da suĂĄstica nos espaços coletivos, os invasores causaram um incĂȘndio no local. O centro fica localizado no assentamento Normandia, no Agreste de Pernambuco.

Segundo nota oficial do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), os invasores aproveitaram o momento de uma festa que ocorria no Parque de Vaquejada Millany para encobri-los com o som alto. Foi por volta das trĂȘs horas da manhã quando identificaram que a casa da coordenadora do centro estava pegando fogo.

Rubneuza Leandro, dirigente do setor de Educação do MST-PE e assentada no assentamento Normandia, afirma que esse foi um atentado contra a vida. "Tivemos a sorte que não tinha ninguém nessa casa, mas se tivesse sido na outra, teria atingido as pessoas dormindo", conta.

O cheiro de fumaça denunciou o incĂȘndio, que despertou as pessoas da casa ao lado. "Em um primeiro momento, pensamos que era um problema na casa, um curto circuito, ninguém ligou à uma ação terrorista. Só no dia seguinte que vimos as pichações e tivemos noção do que estava acontecendo", relatou a coordenadora.


Invasores arrombaram o local e fizeram pichações pelas paredes / Foto: Divulgação/MST

Os militantes que cuidam do centro foram alertados e conseguiram apagar o incĂȘndio. No entanto, a casa foi parcialmente queimada, com danos nas camas, telhados e outros pertences. Rubneuza Lenandro dimensiona que o estrago poderia ter sido ainda maior. "Tentaram botar fogo na moto de um companheiro que mora lĂĄ e botaram dois rojões presos em uma ĂĄrvore direcionados para a casa, mas não conseguiram estourar e também não conseguiram atear fogo na moto".

No domingo (13), o relato de um dos militantes identificou quatro possíveis autores do crime. "Na hora que a casa estava pegando fogo, o companheiro saiu de moto para ir até o Millany e pedir que ajuda do corpo de bombeiros. Quando ele desceu, viu um carro parado, próximo ao centro, com quatro homens de camisas amarelas. Mas eles não ligaram uma coisa à outra, só quando narrou isso depois que nos demos conta", finalizou.

Um Boletim de OcorrĂȘncia (BO) foi registrado para formalizar a denúncia do ataque e é investigado pela Polícia Civil.

Ainda segundo o MST, esse não é o primeiro ataque que o CFPF sofre. Em 2019, no primeiro ano do Governo Bolsonaro, foi movida uma ação de despejo contra o espaço. Apesar de ter sido barrado, o processo ainda não estĂĄ resolvido definitivamente pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma AgrĂĄria (INCRA). A expectativa é que a situação seja regularizada com a posse do presidente eleito, Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT).




Fonte: A Voz da Região / brasildefato.com.br

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