Computadores do Planalto são formatados, polícia do Pará vê políticos em atos golpistas e mais

Funcionários de informática foram informados após o 2º turno sobre um suposto vírus; todo o conteúdo foi apagado

Por A Voz da Região em 11/11/2022 às 11:04:52
Estado do Pará foi palco de algumas das cenas mais violentas dos atos golpistas, quando manifestantes atiraram contra a PRF em Novo Progresso - Reprodução

Estado do Pará foi palco de algumas das cenas mais violentas dos atos golpistas, quando manifestantes atiraram contra a PRF em Novo Progresso - Reprodução

Um relatório da Polícia Civil do Pará mostrou que os atos antidemocráticos na região contaram com o apoio de políticos, um procurador municipal, um assessor de deputado federal e empresários, de acordo com apuração do jornal Folha de S. Paulo.

No documento, a corporação indica a existência de um movimento organizado com o objetivo de pedir intervenção militar. Foram utilizados "carros do tipo de transporte de passageiros, além de veículos estilo caminhonete que levavam os participantes na parte traseira". Também "havia a distribuição de água, camisetas, bandeiras, além de alimentos diversos" e tendas, barracas e banheiros.

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Um dos líderes identificados pela polícia foi Sandro Nascimento Ferreira Branco, secretário parlamentar do gabinete do deputado federal Éder Mauro (PL-PA), aliado de Jair Bolsonaro (PL). Também identificou Aurélio Ramos de Oliveira Neto (PSD), vereador de Parauapebas (PA), como um dos responsáveis pelo bloqueio da estrada PA-275, que liga os municípios de Curionópolis e Parauapebas.

Na obstrução feita na estrada PA-279, na entrada de Ourilândia do Norte, Jhonathan Pablo de Souza Oliveira, procurador do município, estaria oferecendo uma assessoria jurídica aos manifestantes.

O relatório da polícia, enviado ao STF nesta terça-feira (8), foi feito após o ministro Alexandre de Moraes determinar aos estados a identificação de líderes dos movimentos.

Computadores do Planalto são formatados

Os computadores do Palácio do Planalto foram formatados e, com isso, todo o conteúdo dos aparelhos foi apagado. Segundo apuração do Metrópoles, após o segundo turno das eleições, os funcionários de informática foram informados que o sistema de antivírus da Presidência teria detectado uma ameaça e, portanto, seria necessária a formatação dos computadores.


Jair Bolsonaro no dia seguinte ao segundo turno das eleições / Evaristo Sa / AFP

A ameaça seria um malware que danifica os arquivos e o sistema operacional. A orientação teria sido a de formatar e reinstalar o sistema operacional padrão das máquinas.

PF investigará diretor-geral da PRF por blitzes nas eleições

A Polícia Federal instaurou, nesta quinta-feira (10), um inquérito para investigar a conduta do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, durante as ações realizadas pela corporação no dia do segundo turno das eleições, em 30 de outubro.

:: Movimentos populares criticam diferença "escandalosa" de abordagem da polícia com bolsonaristas ::

De acordo com vídeos que circularam nas redes sociais, agentes da PRF dificultaram o acesso de eleitores às seções eleitorais, principalmente no Nordeste, onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) angariou mais votos. Após a repercussão, a expressão "Deixem o Nordeste votar" ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter.


Silvinei Vasques foi nomeado diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal em abril de 2021, durante governo Bolsonaro / Agência Brasil

As blitzes foram realizadas a despeito de uma decisão do TSE que proibiu tais práticas no dia das eleições justamente por entender que poderiam impedir o acesso dos eleitores às seções. Na ocasião, o ministro Alexandre de Moraes pediu que o diretor-geral da PRF informasse "imediatamente sobre as razões pelas quais [estavam sendo] realizadas operações policiais". No mesmo dia, Silvinei publicou em suas redes sociais uma mensagem de apoio a Jair Bolsonaro (PL).

Senado pede que governo Bolsonaro negocie com Lula indicações para 19 embaixadas

O governo Bolsonaro deverá entrar em um consenso com o próximo governo, do presidente Lula (PT), sobre os nomes que devem ocupar as 19 embaixadas que estão com os postos vagos. A Comissão de Relações Exteriores do Senado, responsável por avaliar os indicados, entendeu que não faz sentido o atual governo fazer as nomeações, já que está a menos de dois meses para acabar.

"Se tem transição, faz sentido que esteja afinado", afirmou o senador Esperidião Amin (PP-SC), presidente da comissão.

Na tarde desta quinta-feira (10), o atual ministro das Relações Exteriores, Carlos França, viajou a São Paulo para se encontrar com Celso Amorim, ex-chanceler do governo Lula e conselheiro para assuntos de diplomacia. "É uma oportunidade para o Itamaraty dar uma demonstração prática de espírito republicano e transição", afirmou França ao UOL.


Fonte: A Voz da Região / brasildefato.com.br

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