Essa realidade já aflige países como os Estados Unidos que, de acordo com dados levantados pelo Instituto Zippia, estima-se que o maquinário tecnológico desloque 20 milhões de empregos na manufatura até 2030. Atualmente, o país abriga 293 mil robôs industriais, com estimativa de que esse número aumente em pelo menos 40 mil a cada ano.
A pandemia do coronavírus acelerou o processo de extinção de empregos no mundo inteiro, devido à necessidade que as corporações encontraram de se reinventar durante 2020 com a falta de funcionários. Um estudo divulgado em maio de 2020 pelo Becker Friedman Institute, da Universidade de Chicago, prospectou que 42% das demissões causadas pela pandemia serão permanentes – e eles não estavam errados.
Nesse contexto, a realidade do Brasil não está muito distante dos demais países vitimados.
(Fonte; Business Insider/Reprodução)
Ainda na fase preliminar do estudo, em 2013, a possibilidade de que a automação fosse substituir 47,0% empregos norte-americanos nas próximas décadas causou grande preocupação, piorando quando a pesquisa foi concluída em 2017, e depois devido às movimentações atuais.
Empregando a metodologia semelhante à de Frey e Osborne para calcular as probabilidades, os autores do estudo brasileiro calcularam que 55% dos empregos formais no Brasil podem desaparecer nos próximos 10 ou 20 anos, tendo como base as tecnologias já existentes. Eles concluíram que os trabalhadores informais tem 62% de chance de verem seus empregos substituídos por máquinas, em contraste com 55% daqueles que trabalham em jornada CLT.
Conforme dados divulgados pela consultoria IDados e ISE Business School, a pedido da BBC News Brasil, as 10 ocupações com maiores chances de serem substituídas pela automação são: operadores de entrada de dados (99%); profissionais de nível médio de Direito (99%); agentes de seguros (99%); operadores de máquinas para fabricar equipamentos fotográficos (99%); telemarketing ativo (99%); despachantes aduaneiros (99%); contabilistas e guarda-livros (98%); secretários jurídicos (98%); condutores de automóveis, táxis e caminhonetes (98%); e balconistas e vendedores de loja (98%).
(Fonte: Conhecimento Científico/Reprodução)
Segundo o diretor-presidente da consultoria IDados e professor da ISE Business School, Paulo Rocha e Oliveira, os empregos mais propensos à substituição são aqueles que podem ser especificados com muita precisão o que deve ser feito, sem precisar de muito juízo ou subjetividade humana para tomada de decisão.
Por outro lado, os que estão fora do radar da automação são os dietistas e nutricionistas (0,4%); gerentes de hotéis (0,4%); especialistas em métodos pedagógicos (0,4%); médicos especialistas (0,4%); médicos gerais (0,4%); fonoaudiólogos e logopedistas (0,5%); profissionais do sexo (0,6%); dirigentes de serviços de bem-estar social (0,7%); psicólogos (0,7%); e dirigentes de serviços de educação (0,7%).
(Fonte: Yahoo Finanças/Reprodução)
Ou seja, essas profissões são aquelas que necessitam de todos os aspectos citados por Paulo Rocha e Oliveira, acrescentando o fator que precisam lidar com outras pessoas diretamente e resolver situações onde há predominância de emoções.
Vale ressaltar que os trabalhos que exigem muita criatividade, originalidade e funções motoras, como os de jardinagem e serviços domésticos – apesar do menor grau de qualificação –, não são ameaçados pela tecnologia a curto prazo, pois exigem que o trabalhador saiba navegar em um ambiente de trabalho pouco estruturado – o que, por enquanto, as máquinas ainda não são capazes.
Atualmente, a proporção brasileira de automação desses serviços se encontra abaixo das taxas de outros países da América do Sul, como Uruguai (63%), Paraguai (63,7%) e Argentina (64,6%). Já na Europa, o Reino Unido e a Suécia são os países com menor propensão, com 47% de chances em ambos.
Fonte: A Voz da Região / Mega Curioso