Após nove meses preso, o motorista de aplicativo Jefferson Bento Santana deixou o Conjunto Penal de Feira de Santana na manhã desta terça-feira (21). Ele foi acusado de praticar assaltos com outros dois homens. Segundo informações do Acorda Cidade, parceiro do Bahia Notícias, o advogado do motorista, Marcos Silva, entrou com um pedido de liminar, na tarde desta segunda (20), para a liberdade do cliente no Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com familiares, ele foi obrigado pelos criminosos a conduzir o veículo enquanto eles praticavam os assaltos.
Em entrevista ao Acorda Cidade, a mãe de Jefferson, Antônia dos Santos, informou que a emoção era tão grande que não aguentava mais esperar o momento. "Eu estou sentindo uma emoção tão grande que malmente eu sei explicar. Meu coração aqui está disparado e eu só tenho a agradecer a Deus e todos que nos apoiaram neste momento. Estamos aqui esperando meu filho e nem consigo falar, é um sentimento de alegria e só entregar nas mãos de Deus agora, porque o pesadelo acabou. Foram dias de luta, sofrimento atrás de sofrimento, sempre correndo atrás, mas a justiça foi feita para a glória de Deus", contou.
O advogado do motorista informou que no primeiro momento a liberdade é provisória, mas não há nenhum tipo de restrição que Jefferson tenha que seguir. "O STJ concedeu essa liberdade provisória, porque ainda não há uma sentença definitiva, porque isso, só quando a juíza for decidir, aí sim, teremos uma sentença, onde ela estará julgando se Jefferson será absolvido ou condenado. É importante deixar claro que nenhuma prova dos autos indica que Jefferson teve qualquer participação, e o próprio Ministério Público que denunciou, hoje vem pedindo o relaxamento da prisão, justamente por faltarem estas provas que comprovam o vínculo de Jefferson com os outros dois acusados. Esta é uma liberdade provisória, mas ela é plena também, Jefferson não tem nenhuma restrição que seja necessário seguir", disse.
Em contato com a reportagem, Jefferson Bento Santana, disse que ainda é inexplicável descrever como foram os últimos meses. "É uma situação inexplicável dizer o que passei nesses últimos meses lá dentro. Isso eu não desejo nem para o meu pior inimigo. Foi constrangedor, foi muito difícil e nem sei muito o que dizer neste momento. Realmente a liberdade de um ser humano, é algo que não tem preço, não tem dinheiro que pague a liberdade de uma pessoa, ainda mais quando você é preso de forma injusta, eu sei que esta foi apenas uma etapa, ainda tem outras".
"Eu só quero ficar agora com minha família, estava com muitas saudades deles, de todos, do meu filho que está aqui no meu colo, e tomei conhecimento ontem de noite, mas não sabia que seria hoje, mas confirmo que é uma situação humilhante, porque 30% dos brasileiros são presos de forma injusta e não temos uma voz ativa. Eu só queria viver isso aqui, estar com minha família de volta, pegar meu filho no colo, tinha momentos que eu perdia a esperança, mas sempre pensava no meu filho e na minha família. Agradeço a todo mundo que abraçou esta causa, acredito que se não fosse por esta força unida de todo mundo, eu não estaria hoje aqui", completou.
Fonte: A Voz da Região / Bahia Notícias