Eleito e destituído pelos sócios. Após um comemorado retorno com vitória esmagadora nas urnas rubro-negras em eleição que aconteceu em 2019, Paulo Carneiro se tornou vítima dos mesmos votos que o elegeram. Na manhã desde sábado (21), o presidente do Vitória foi destituído em Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que aconteceu no Barradão.
Paulo Carneiro, o PC, estava afastado da presidência desde setembro de 2021 após o Conselho Deliberativo do Vitória aprovar parecer da Comissão de Ética que apontou indícios de gestão temerária.
A Comissão apontou, entre outras irregularidades, a ausência de um contrato entre o clube e a empresa Magnum, que recebeu R$ 3.586.068,00 do Vitória; e o adiantamento de remunerações feito por Paulo Carneiro durante a pandemia, iniciada em março de 2020.
A expulsão de um presidente após votação dos associados é feito inédito na história do clube, que vive o momento mais turbulento de seus 123 anos recém-completados. Desde o final do mandato de Alexi Portela Júnior, em 2013, nenhum presidente eleito do Vitória conseguiu terminar seu mandato.
Raimundo Viana, entre 2015 e 2016 foi o único a conseguir o feito - mas era um mandato tampão cumprido após renúncia de Carlos Falcão, eleito em 2013, e quem justamente abriu essa série maldita na história do clube.
O CORREIO procurou o Paulo Carneiro para se manifestar sobre a decisão, mas, o agora ex-presidente rubro-negro, declarou que tudo que tinha a dizer está em carta aberta e vídeo que divulgou na véspera da votação. Clique aqui para ler a carta e assista ao vídeo no player abaixo.
Cerca de 150 associados estiveram no Barradão para votar pela saída de Paulo Carneiro. O natural seria que o vice-presidente Luiz Henrique Viana assumisse o clube, mas ele já havia renunciado ao cargo e com isso o presidente do Conselho Deliberativo do Clube, Fábio Mota, que já estava à frente da diretoria, continua de forma oficial. Mota preside o Vitória desde outubro do ano passado.
A decisão torna Paulo Carneiro inelegível para qualquer cargo político no Vitória durante os próximos sete anos.
Com o afastamento definitivo de Paulo Carneiro, o Conselho Deliberativo se reúne na próxima quarta-feira (26), para eleger um novo presidente de forma indireta. Esse presidente cumpre um mandato tampão, referente ao tempo de gestão que seria de PC - ou seja, até dezembro.
Além disso, novas eleições diretas devem ser convocadas para definir a direção do clube no próximo triênio. Ou, pelo menos, os nomes que vão tentar quebrar a triste sina de mandatos inacabados no Leão.
Fonte: A Voz da Região / bahianoticias.com.br