O conclave deve começar, no mÃnimo, 15 dias após a morte do papa. Como Francisco morreu hoje, a eleição do novo pontÃfice pode começar no dia 6 de maio.
Quando o conclave deve ser feito?
Após a morte do papa, os cardeais eleitores devem esperar quinze dias completos para dar inÃcio ao conclave. O prazo foi estipulado pela "Universi Dominici Gregis", uma Constituição Apostólica publicada por João Paulo 2º em 1996, que trata das normas para a vacância da Sé Apostólica e a eleição do Romano PontÃfice.
No entanto, os cardeais podem adiar o inÃcio do conclave. O Colégio dos Cardeais tem a faculdade de postergar o inÃcio da eleição por mais alguns dias, caso existam motivos graves.
O perÃodo máximo de espera, porém, é de 20 dias. Passado esse tempo desde o inÃcio da Sé vacante, todos os cardeais eleitores presentes no Vaticano são obrigados a proceder à eleição.
Como é um conclave?
A eleição acontece dentro da Capela Sistina, no Vaticano. O voto é secreto e depositado em uma urna. O número de votos do escolhido não é divulgado.
Os cardeais são proibidos de qualquer tipo de comunicação com o exterior durante o conclave. Eles não podem enviar mensagens eletrônicas ou alimentar suas contas nas redes sociais, por exemplo.
No inÃcio do conclave, os cardeais fazem um juramento de silêncio. Além dos cardeais, todos os funcionários do serviço que têm acesso a eles também deverão jurar que manterão segredo sobre tudo o que tiver relação com as reuniões, sob pena de excomunhão.
Os cardeais passam em cortejo da Capela Paulina até a Sistina. Em seguida, as portas são fechadas, as chaves retiradas, e o isolamento é assegurado pelo cardeal camerlengo no interior e pelo prefeito da Casa PontifÃcia no exterior.
Podem votar todos os cardeais com menos de 80 anos. O número máximo de cardeais eleitores no processo é de 120.
Diversas nacionalidades participam do pleito. Não são apenas cardeais do Vaticano ou da Itália que compõem a eleição. Atualmente, há cardeais eleitores do México, da Ãndia, da França, da Ucrânia e do Brasil.
Para ser eleito, um cardeal precisará de pelo menos dois terços dos votos. Os cardeais não têm direito de se abster nem de votar em si mesmos.
A tradição diz que o primeiro dia tem apenas uma votação. Na sequência, acontecem duas votações matutinas e duas vespertinas na Capela Sistina. Duas vezes ao dia, uma depois de cada rodada, as cédulas são queimadas.
Não há um prazo especÃfico para o conclave. Segundo a BBC, uma das maiores eleições da história foi a do Papa Gregório 10º, em 1268. Na ocasião, a escolha do papa durou quase três anos. Na história moderna, os conclaves já não demandam tanto tempo. A eleição do papa Francisco, por exemplo,durou dois dias.
Um repique de sinos de São Pedro se somará ao anúncio do evento, e assim tudo será mais claro para a imprensa e católicos que seguirão o evento. Se depois do terceiro dia nenhum candidato alcançar o mÃnimo exigido, a Constituição estabelece uma pausa de 24 horas, que será dedicada "à oração, ao colóquio (...) e a uma breve exortação espiritual".
Se ocorrerem outras sete votações inúteis, será feita outra pausa de um dia. O último ato do conclave é a pergunta que três cardeais fazem ao eleito: "Aceita sua eleição como Sumo PontÃfice?". Após a resposta afirmativa, segue outra pergunta: "Quo nomine vis vocari?" ("Como quer ser chamado?").
Fumaça anuncia que novo papa foi eleito.
Três cardeais são escolhidos para a contagem dos votos. A cor da fumaça que sairá da chaminé anuncia ao mundo o resultado. Preta, se ainda não houver uma decisão, e branca, se um novo papa tiver sido eleito.
Depois de ser parabenizado pelos cardeais, o sucessor escolhe livremente o seu nome. Na sequência, o escolhido se dirigirá a uma pequena sala contÃgua onde o esperam três hábitos papais (de tamanhos pequeno, médio e grande) para se vestir.
O local é chamado de "Sala das Lágrimas". Explica-se: os eleitos, sem exceção, choram ali em relativa intimidade diante da magnitude da responsabilidade que acabam de assumir.
A tradição ainda prevê a ida do papa à sacada da basÃlica de São Pedro depois que o protodiácono anunciar aos fiéis: "Habemus papam!" (temos um Papa). Assim, o novo pontÃfice é apresentado à multidão reunida na praça de São Pedro, no Vaticano.
Fonte: Uol NotÃcias