Portal de Notícias Administrável desenvolvido por Hotfix

Corinthians

Por que Conselho do Corinthians não espera conclusão da Polícia para votar saída de Augusto Melo

Presidente do órgão, Romeu Tuma Jr., se apega ao estatuto e a problemas administrativos para colocar o impeachment em pauta sem a conclusão do inquérito policial


Um dos grandes questionamentos sobre o processo de impeachment no Corinthians, que pode resultar no afastamento temporário de Augusto Melo da presidência, é fato de que a investigação da Polícia Civil ainda não possui uma conclusão. Porém, na visão do presidente do órgão, Romeu Tuma Jr., os dois casos são independentes.

De acordo com essa tese defendida, a possível saída do presidente do Corinthians, que será ainda será votada, ocorreria por questões meramente administrativas, como o dano à imagem do clube e prejuízos financeiros causados pelos problemas envolvendo o intermediário da VaideBet.

O pedido de impeachment de Augusto a ser julgado veio por intermédio de um documento assinado por mais de 80 conselheiros. Apoiadores do presidente, porém, refutam a tese de processo administrativo e atribuem o caso a uma questão meramente "política".

O que diz a Comissão de Ética

A reportagem teve acesso ao parecer do órgão, que defende a reabertura do julgamento somente com o fim das investigações policiais. O relatório defende que as provas apresentadas, como depoimentos à Polícia, foram obtidas de maneira ilegal devido ao sigilo do caso.

Sobre o caso da agressão a um torcedor do Cruzeiro, o relatório diz que "não constam elementos suficientes" para comprovar o dano à imagem do clube.

Este relatório da Comissão de Ética é apenas um parecer, não tem poder de vetar a continuidade do processo de votação. É a destituição que será votada, não o relatório a ser apresentado aos conselheiros na próxima reunião.

A partir da divulgação deste documento na próxima reunião, Augusto Melo terá direito a fazer sua defesa oral. Somente depois destas duas etapas, os quase 300 conselheiros vão definir o futuro do presidente do Corinthians, em data ainda não marcada.

O processo

Entre os fatos citados estão declarações de Rubens Gomes, ex-diretor de futebol, e o depoimento de Alex Cassundé, sócio da empresa responsável pela intermediação do contrato, à Polícia Civil, no qual conta sobre como chegou a ter o nome firmado no contrato para receber R$ 25 milhões até o fim de 2026.

O grupo ainda relata o depoimento de Armando Mendonça, segundo vice-presidente do clube, para reclamar de uma possível omissão de Augusto Melo no caso da intermediação da VaideBet.

Mendonça diz que avisou Augusto Melo sobre a suspeita do uso de um laranja por parte da agência de Alex Cassundé após o recebimento de R$ 1,4 milhão do dinheiro da intermediação. Este caso é investigado pela Polícia Civil e veio a público no Blog do Juca Kfouri.

Outro caso citado no pedido de impeachment ocorreu em Belo Horizonte, onde Augusto Melo se desentendeu com um torcedor do Cruzeiro, que denunciou o dirigente na delegacia do estádio do Mineirão.

– Temos a responsabilidade de cumprir o estatuto e a Lei Geral do Esporte penaliza quem souber de alguma irregularidade e não tomar providências. E aqueles que representam contra esse ou aquele membro do Conselho ou diretoria estão fazendo com base nisso – afirmou Romeu Tuma Jr.

– Nada é feito fora do Estatuto. Ninguém descumpre o estatuto. E nossa providência, como presidente do Conselho é tomar as providências e fazer os processos andarem. Ninguém têm lado. Estamos cumprindo o que o estatuto determina – referendou o presidente, que rebate a tese de "golpe" repetida por Augusto e seus correligionarios.

O processo passou por uma votação de admissibilidade na segunda-feira. Por 126 votos a 114, Augusto Melo passará por nova eleição entre os conselheiros e que pode resultar na deposição do cargo.

Antes, porém, a Comissão de Ética vai dar o parecer sobre o caso, que, na verdade, recomenda a suspensão do atual processo de impeachment de Augusto Melo.

O estatuto

O estatuto do Corinthians coloca cinco itens como capazes para levar um presidente ao impeachment.

  • a) ter praticado crime infamante, com trânsito em julgado da sentença condenatória;
  • b) ter acarretado, por ação ou omissão, prejuízo considerável ao patrimônio ou à imagem do Corinthians;
  • c) não terem sido aprovadas as contas da sua gestão;
  • d) ter infringido, por ação ou omissão, expressa norma estatutária;
  • e) prática de ato de gestão irregular ou temerária.

Globo Esporte

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!

Assine o Portal!

Receba as principais notícias em primeira mão assim que elas forem postadas!

Assinar Grátis!