Intimado a depor pela PolĂcia Federal nas investigações sobre um grupo de empresĂĄrios que discutiu um golpe de Estado por WhatsApp, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou ter enviado a contatos uma mensagem que insinuava, sem provas, uma fraude do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nas eleições do ano passado. O texto ainda continha ataques ao ministro LuĂs Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro confirma teor de mensagem.
Em entrevista à "Folha de S. Paulo", durante um voo de BrasĂlia a São Paulo, nesta quarta-feira, o ex-presidente confirmou o teor de mensagem enviada ao empresĂĄrio Meyer Nigri, fundador da Tecnisa.
— Eu mandei para o Meyer, qual o problema? O [ministro do STF e então presidente do TSE LuĂs Roberto] Barroso tinha falado no exterior [sobre a derrota da proposta do voto impresso na Câmara, em 2021]. Eu sempre fui um defensor do voto impresso — afirmou Bolsonaro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro vai depor nesta quarta-feira (26) à PolĂcia Federal no inquérito dos atos golpistas de 8 de janeiro. O depoimento estĂĄ marcada para a parte da manhã.
O depoimento de Jair Bolsonaro no caso foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na semana passada.
Ao tomar a decisão, Moraes atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da RepĂșblica e deu prazo de 10 dias para a PF ouvir o ex-presidente.
Na avaliação de investigadores, uma postagem feita no dia 11 de janeiro pelo ex-presidente ligaria Jair Bolsonaro aos atos golpistas do dia 8 de janeiro.
O ex-presidente, na ocasião, compartilhou um post que, sem provas, colocava em dĂșvida o sistema eleitoral.
A mensagem foi avaliada como um sinal de que Bolsonaro pode ter estimulado os atos de invasão dos prédios dos trĂȘs poderes da RepĂșblica.
A PGR pediu o depoimento de Bolsonaro quando o ex-presidente ainda estava nos Estados Unidos, onde ficou por 3 meses depois de sair do governo. Com a volta dele do exterior no dia 30 de março, Moraes mandou marcar a audiĂȘncia.
Fonte: O Globo