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AUTOS

Volkswagen anuncia Kombi elétrica para o Brasil

Saiba mais sobre o utilitário e conheça também o histórico ruim de Camaçari com a indústria automotiva


A Volkswagen está completando 70 anos de atuação no Brasil e tem números impressionantes. Nesse período, 200 mil pessoas já trabalharam para a empresa, que produziu 25 milhões de veículos no país. Desse total, 4 milhões foram exportados, entre eles, 1,5 milhão de unidades do Gol. O hatch foi seu modelo de maior sucesso no mercado nacional e, ao todo, teve 8,6 milhões de unidades fabricadas. Mas a empresa teve outros ícones, como o Fusca e a Kombi. E foi esse modelo que o fabricante alemão escolheu para representar essas sete décadas no mercado brasileiro. Vai importar da Alemanha 70 unidades da ID.Buzz, uma espécie de releitura da Kombi com propulsão elétrica. Mas a empresa ainda não revelou o preço, que deve ficar entre R$ 400 mil e R$ 500 mil. Equipada com uma bateria de 77 kWh, a Kombi elétrica usa motor de 204 cv e tem tração traseira. Em uma estação de carga rápida de corrente contínua, a bateria sobe de 5% para 80% em cerca de 30 minutos.

O interior mescla a tecnologia com o visual colorido . Crédito: Divulgação

ELÉTRICO POR ASSINATURA

Como parte da ofensiva de lançar 15 novos produtos até 2025, a Volkswagen lançou o ID.4 no país. No entanto, o veículo não será oferecido de forma convencional. Estará disponível apenas para locação, por meio do sistema de assinatura e irá oferecer o carro elétrico por R$ 9.990 mensais. O cliente não precisa se preocupar com custos de seguro, emplacamento e revisões. Tudo está incluso no plano de assinatura. O veículo é oferecido em versão única e tem o mesmo conjunto da ID.Buzz: motor traseiro que rende 204 cv de potência e 31,6 kgfm de torque. A autonomia é de 370 km.

O ID.4 está disponível no sistema de assinatura no país. Crédito: Divulgação

MISTÉRIO DE CAMAÇARI

Conhecida por sediar um Polo Petroquímico, inaugurado em 1978, Camaçari atraiu pela primeira vez a atenção da indústria automotiva em 1997. Em 8 de agosto daquele ano, a Asia Motors lançou a pedra fundamental de uma fábrica que prometia gerar 2.500 empregos diretos e produzir 60 mil veículos por ano. O investimento era de US$ 500 milhões, o equivalente hoje a R$ 2,5 bilhões. A promessa era que os primeiros carros seriam produzidos em 1999. A empresa usou os benefícios fiscais, mas nos anos seguintes uma crise a levou à falência. Asia Motors, que posteriormente foi adquirida pela Kia, deixou uma dívida tributária de R$ 1,7 bilhão para a União.

CAPÍTULO 2: FORD

Na sequência, em 16 de junho de 1999, a Ford anunciou uma fábrica em Camaçari. O projeto inicial da montadora era para o Rio Grande do Sul, mas o governador gaúcho Olívio Dutra pediu uma revisão do contrato. O que não agradou a Ford. O governo baiano então publicou um anúncio nos principais jornais chamando a Ford e a General Motors para instalar suas fábricas na Bahia. A peça publicitária dizia: "GM e Ford, venham para a Bahia. Aqui, a gente honra os compromissos e está sempre andando na frente". A Ford começou a produzir em Camaçari em 2001 e atuou por 20 anos, até o anuncio de encerramento da produção em 11 de janeiro de 2021. Até agora, a fábrica não foi vendida. A GM fechou acordo com o RS e segue produzindo no estado.

CAPÍTULO 3: JAC MOTORS

Outra empresa asiática que ensaiou produzir em Camaçari foi a JAC Motors. Em outubro de 2011, a empresa anunciou a implantação de uma fábrica no município. Foram anunciados a criação de 3,5 mil empregos diretos e 4 mil indiretos. A conclusão estava prevista para 2014 e a capacidade instalada era para a produção de 100 mil unidades anuais. Na época, o investimento era de R$ 900 milhões. Nada foi adiante. Até um carro que foi enterrado como cápsula do tempo foi removido. Atualmente, nem concessionária a JAC tem na Bahia.

CAPÍTULO 4: BYD

A nova aposta de Camaçari é a BYD, empresa estreou como fabricante de automóveis em 2003 e ano passado ficou na 13ª em vendas globalmente. Nesta semana, a BYD anunciou que irá investir R$ 3 bilhões para a produção de veículos eletrificados na Bahia. A expectativa é de que sejam gerados 5 mil postos de trabalho nos próximos anos. A BYD já opera duas fábricas no Brasil, uma em Campinas (SP) e outra em Manaus (AM). BYD é uma sigla que remete a "Build Your Dreams", equivalente a "Construa Seus Sonhos", em português. A pronúncia da sigla, em inglês, é bi-uai-di.

EQUÍVOCOS DO GOVERNADOR

Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia, fez afirmações equivocadas nos stories do seu Instagram na terça-feira (04). Primeiro, disse que a BYD vendeu 1.000 carros na capital baiana. Na verdade, foram emplacados no estado neste ano 32 unidades do Song Plus, 10 do Yuan Plus e uma do Tan. Outra derrapada de Jerônimo foi global: sentado em um veículo da marca chinesa, afirmou que era o carro mais vendido do mundo. Não é, nem no geral e nem entre os elétricos. De acordo com a consultoria Focus 2 Move, em 2022, o automóvel mais vendido no planeta foi o Toyota Corolla e o elétrico mais emplacado foi o Tesla Model Y. Neste ano, o mais vendido entre todos entre janeiro e maio é o Tesla Model Y.


A Tarde

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