Mulheres, pessoas negras, famílias que convivem com o desemprego e de menor poder aquisitivo são as maiores vítimas da insegurança alimentar (IA) no universo de mais de 33 milhões de pessoas que convivem com essa realidade no Brasil. Em alguns cenários nem mesmo anos a mais de educação formal garantem maior proteção contra a fome.
As conclusões são do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil (VIGISAN), com dados de novembro de 2021 a abril de 2022. O estudo teve os primeiros resultados divulgados em junho do ano passado e, agora, traz recortes de raça e gênero.
"O racismo no Brasil não está apenas nos xingamentos desumanos e ofensas contra as pessoas. Ele está expresso também em não ter compromisso, não entender, não buscar apoiar políticas que possam resolver esse problema, que façam com que as pessoas negras sejam incluídas na sociedade", aponta Catia Maia diretora executiva da Oxfam Brasil.
Segundo a pesquisa, 20,6% das famílias chefiadas por pessoas autodeclaradas pardas e pretas sofriam com a fome no período observado. Isso significa que um em cada cinco grupos familiares desse conjunto vivia cotidianamente sem acesso a alimentação de qualidade, com incertezas sobre a garantia das refeições diárias e até mesmo totalmente sem alimentos à mesa.
Fonte: A Voz da Região / Brasil de Fato