Crianças vítimas ou testemunhas de violência terão escuta especializada

Núcleo foi criado em Salvador para atender a legislação de 2017 sobre o tema

Por A VOZ DA REGIÃO em 02/05/2023 às 15:38:19
Espaço de Pernambués começou a funcionar e mais dois serão inaugurados até o final do mês (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO)

Espaço de Pernambués começou a funcionar e mais dois serão inaugurados até o final do mês (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO)

Quando uma criança é vítima de violência ou testemunha uma agressão em Salvador, ela é encaminhada para o conselho tutelar, onde conta tudo o que aconteceu. Muitas vezes, ela já tinha relatado o caso na escola. Depois, ela precisa contar novamente para o médico e, mais uma vez para o delegado, defensores, psicólogos e outros órgãos, vivenciando tudo de novo a cada novo relato. Nesta terça-feira (2), foi criado um Núcleo Municipal de Escuta Especializada que pretende por fim a esse ciclo.

Na prática, a criança que foi abusada ou testemunhou uma violência terá que fazer apenas um relato, que será registrado e encaminhado para todos os órgãos envolvidos. A partir desse depoimento, o atendimento à vítima será agendado nas outras instâncias, como delegacia e hospital, e o delegado ou médico já terá conhecimento do caso e perguntará apenas o necessário para complementar o relatório.

A titular da Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres, Infância e Juventude (SPMJ), Fernanda Lordêlo, explicou que a coordenação do Núcleo vai funcionar na sede da pasta, no Comércio, e que três salas de escutas entram em operação em maio. Ela destacou que as escolas têm papel importante na identificação dos casos, por isso, escolheu o Centro Municipal de Educação Infantil Nossa Luta, em Pernambués, para lançar o programa.

"Será uma escuta própria e especializada para a gente não revitimizar essa criança. Ela fala uma vez só e a gente aciona a rede, os órgãos de proteção integral. A maior identificação de violência vem das escolas, com a mudança de comportamento, não querer ir à escola, falta de atenção, agressividade, isolamento em relação aos outros, enfim, tem diversas formas de observar que algo não está adequado no ambiente familiar daquela criança", explicou.

As salas de escutas foram lançadas através do decreto Vamos Proteger, e faz parte das ações do Maio Laranja, período de enfretamento ao abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. "A Bahia é o 4º maior estado em violação sexual infantojuvenil, perdendo apenas para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais", alertou.

Fonte: A Voz da Região / Correio24Horas

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