Tetracampeão mundial de boxe, Acelino "Popó" Freitas revelou na noite de terça-feira (7) que aplicou R$ 1,2 milhão na Braiscompany. A afirmação foi feita durante live do dono da empresa, Antônio Neto Ais, no Instagram, segundo o "Portal do Bitcoin".
A Braiscompany, que diz ter um negócio de "aluguel de criptoativos", tem atrasado constantemente os pagamentos aos clientes desde dezembro.
O Ministério Público do estado anunciou a instauração de procedimento para apurar um possível calote de R$ 600 milhões pela BraisCompany, segundo informações do jornal O Globo.
Desde dezembro investidores denunciaram o não pagamento de rendimentos pela empresa. Nos últimos dias, o operador retirou o site da empresa do ar, desapareceu e deixou na mão 10 mil clientes, de acordo com o MP-PB.
Investidores insatisfeitos estão planejando um protesto na sede da empresa em Campina Grande, na Paraíba, para quinta-feira (9).
Não foi a primeira vez que o boxeador se envolveu em investimentos, no mínimo, polêmicos. Durante participação no Flow Podcast, Popó afirmou que havia aceitado promover o "Robô do Pix". Segundo ele, o arrependimento veio após ele começar a receber reclamações de quem havia adquirido o produto.
O campeão do boxe disse que recebeu R$ 100 mil para marcar o robô em sua rede social, mas se arrependeu após denúncias. "Quando a gente vai pesquisar tudo, quem é — porque a gente é novo nessa parada —, quando vai ver é o negócio do robozinho", disse ele.
Analista financeiro critica Braiscompan
Economista e analista financeiro, Tiago Reis voltou a comentar sobre a Braiscompany. O criador da casa de análises Suno Research, que foi a rimeira pessoa conhecida no mercado financeiro a acusar o negócio com criptomoedas de pirâmide financeira, deixou apenas um recado após a ação do MP: "Eu avisei".
"Imagina que você tenha conta em um banco, um Bradesco ou Itau da vida. Dai na hora de sacar o gerente te fala algo como "eu não vou te pagar porque a Lojas Americanas não está nos pagando". Parece piada. Mas tem uma empresa justificando assim o não pagamento de seus clientes", afirmou Reis.
No esquema, a empresa alugava bitcoins dos clientes, custodiados na própria empresa, prometendo rendimentos mensais de 8% a 10%.
Quando os rendimentos pararam de ser passados aos investidores, em dezembro, Silva Neto alegou que a Binance, a maior corretora de bitcoins do mundo, havia suspendido as operações da BraisCompany por problemas com outra empresa brasileira.
Houve a promessa de restabelecer os pagamentos em três dias, o que não foi cumprido.
Em 2020, a Polícia Federal abriu um inquérito para apurar a regularidade e viabilidade econômica do funcionamento da empresa.
No mesmo ano, Reis fez um alerta sobre a empresa. "Quanto mais cedo eles saírem fora desta melhor. Quem deixar para depois vai ficar sem nada".
Na mesma ocasião, o polêmico youtuber Raiam Santos também fez uma postagem denunciando a mesma Braiscompany.
"Já avisei com Unick, DD Corporation, todas elas. A próxima a cair é a Braiscompany. É a operação faraó acabando com todas as pirâmides do Brasil".
Fonte: avozdaregiao/bpmoney.com.br