O governo da Bahia criou, na última quinta-feira (12), uma comissão para acompanhar os recursos oriundos de um empréstimo de 300 milhões de dólares - pouco mais de R$ 1,5 bilhões, na cotação desta quarta-feira (18) - obtido para financiar a construção de todo o sistema viário que envolve a Ponte Salvador-Itaparica.
De acordo com a Portaria nº 03/2023 da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra), a Unidade de Coordenação de Projeto de Financiamento Externo (UCP) tem como objetivo coordenar, monitorar e controlar a execução do projeto, "sob a forma de um empréstimo a longo prazo pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF)".
Para compor a UCP, a Seinfra indicou cinco servidores públicos estaduais: Mateus da Cunha Dias como coordenador; Andréa Conceição Brasileiro Lanza na gestão financeira; Alberto Gordilho Filho na gestão dos processos de aquisição; Kátia Regina Marinho Amaral na gestão de monitoramento e controle; e Marcos Gonçalves Almeida na gestão socioambiental.
O empréstimo foi aprovado pela Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) no dia 13 de dezembro de 2022, sob protestos dos deputados estaduais de oposição presentes na Casa. Os parlamentares reclamaram da falta de transparência do governo do estado, à época liderado por Rui Costa (PT), que teria encaminhado o pedido de autorização sem explicar exatamente onde os recursos seriam aplicados.
A Ponte Salvador-Itaparica é um dos principais desafios da atual gestão estadual, liderada pelo governador Jerônimo Rodrigues (PT). Sonho antigo de grande parte da Bahia, não apenas na capital e na maior ilha da Baía de Todos-os-Santos, mas em todo o interior do estado, que sonha com um caminho mais curto a Salvador.
A obra é uma promessa do primeiro mandato do governo Jaques Wagner (PT) e abriu para manifestação de interesse em 2010. Entretanto, apenas em 2019, durante um leilão realizado em São Paulo, duas empresas chinesas foram selecionadas para executar a construção considerada "faraônica".
O início das obras estava previsto para 2020, mas acabou adiado devido à pandemia de Covid-19. Com a alta do dólar em todo o mundo, o custo total da construção disparou de R$ 5,4 bilhões para R$ 9 bilhões. Com isso, a Ponte Salvador-Itaparica ainda não saiu do papel, o que tem gerado críticas constantes da oposição e da sociedade civil. Enquanto isso, com empréstimos e alienações de bens imóveis, o governo da Bahia tenta angariar recursos para fazer a promessa acontecer.
Fonte: A Voz da Região