Morreu, nesta quinta-feira (5), o surfista de ondas gigantes Márcio Freire, aos 47 anos de idade. O brasileiro sofreu um acidente ao descer de um dos "paredões" da praia do Norte, em Nazaré, Portugal, e não resistiu aos ferimentos. O corpo vai ser transportado para o Instituto de Medicina Legal de Leiria, segundo informações da imprensa portuguesa. É a primeira morte de um surfista no local.
Márcio teria sido resgatado para a praia em um jet ski, porém, já em parada cardio-respiratória.
"Lamentavelmente, nenhuma das manobras de suporte de vida teve sucesso, acabando o óbito por ser declarado no local", afirmou Mário Lopes Figueiredo, comandante da Capitania de Nazaré à agência "Lusa".
Amigo de Márcio Freire, Thiago Jacaré postou uma homenagem ao veterano em sua conta nas redes sociais logo após a notícia ser divulgada.
"Considerado uma lenda no surfe de ondas gigantes, Márcio Freire rodou o mundo através do esporte praticado por amor, longe dos circuitos profissionais. Em 1998, aos 23 anos de idade, desembarcou em Maui, no Havaí. Foi um dos primeiros a se desafiar em Jaws na remada. Atualmente, os surfistas vão ao local amparados por aparelhos de segurança como colete salva-vidas, equipe de resgate e jet ski."
Márcio Freire era um dos integrantes do trio apelidado de "Mad Dogs" (Cachorros Loucos, em tradução literal). A trinca baiana, formada ainda por Danilo Couto e Yuri Soledade, era conhecida por desbravar ondas gigantes livremente, sem o aparato de segurança.
A história dos "Mad Dogs" foi retratada em um documentário, assinado pelo diretor Roberto Studart. Foi uma das poucas vezes em que Márcio Freire ganhou dinheiro no esporte.
"Nunca vivi do surf, nunca ganhei dinheiro com surf; tive pouquíssimas vezes, contadas no dedo, dinheiro que veio do surf, que foi em 2015, tomei uma das maiores vacas, ganhei 1000 dólares; e quando rolou nosso documentário dos Mad Dogs que ganhei um dinheiro; eu também tinha uns apoios ali, mas era mais soul surfes mesmo e não ligava muito. E como as empresas nos EUA não iam patrocinar um brasileiro e eu estava fora do Brasil, era mais difícil de negociar, e eu também não corria muito atrás porque estava me bancando, vivendo minha vida, e era aquilo mesmo, trabalhar pra me autossustentar e me auto patrocinar", declarou ao canal "Let"s Surf", em uma de suas últimas entrevistas.
avozdaregiao/ acordacidade.com.br