Um aluno da Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) alega ter sido agredido por nove seguranças que faziam a ronda da instituição no último sĂĄbado (12). O estudante explicou que precisou usar a internet da Uefs para chamar um transporte por aplicativo.
Ele saía de uma festa no bairro Conjunto Feira 6, ao lado da instituição de ensino, quando tentou entrar na universidade para utilizar a internet e, assim, poder retornar para casa com um transporte por aplicativo. Depois de entregar o nome, matrícula e contar que era estudante da Uefs, o jovem foi impedido de entrar.
Com o "não" dos seguranças, o estudante, então, resolveu pular o muro da universidade para não ficar na rua sozinho. Mas acabou sendo agredido por um segurança e outros oito iniciaram as agressões físicas e verbais, incluindo homofobia e termos perjorativos. "Não consegui gravar o momento [das agressões], os seguranças tomaram o meu celular", explica.
O estudante ainda detalhou que, após ser agredido, os seguranças fizeram de tudo para que ele não prestasse queixa. "Os seguranças tentaram me convencer a não dar queixa e omitir o caso", disse.
Questionado sobre a saúde mental abalada após a situação, o aluno alegou estar "bem debilitado. Não hĂĄ como não ter medo depois do ocorrido".
Boletim de ocorrĂȘncia
O estudante disse ao CORREIO que não prestou queixa na Delegacia Territorial de Feira de Santana porque foi informado por uma escrivã e um atendente que a ocorrĂȘncia registrada antes pelos seguranças jĂĄ bastava para dar início à investigação.
"Na delegacia, fui orientado a não prestar queixa. Pelo o que me falaram, apenas a queixa deles seria o suficiente, mesmo que para investigar eles mesmos", explica.
De acordo com o aluno, os seguranças fizeram o boletim de ocorrĂȘncia alegando que o jovem não tinha cooperado com a situação e que havia regido. "Ambas mentiras", afirma.
A Uefs, por meio de uma nota nas redes sociais, repudiou as agressões sofridas pelo estudante e que farĂĄ uma investigação interna para identificar os agressores.
"Cabe à instituição, além de iniciar prioritariamente os trâmites de apuração na esfera administrativa, orientar a vítima que se dirija a uma delegacia de polícia civil para registrar boletim de ocorrĂȘncia, iniciando assim, também, uma apuração na esfera criminal", explicou.
"Apurados os fatos, a Uefs se compromete a fornecer à comunidade com transparĂȘncia e objetividade os desdobramentos jurídicos e administrativos na solução do caso".
Fonte: A Voz da Região / Correio 24Horas