O líder do tráfico de drogas no Nordeste de Amaralina foi morto na tarde desta quinta-feira (17), após uma troca de tiros com a Polícia Militar, próximo a Humildes, distrito de Feira de Santana. A informação foi confirmada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP) que, apesar de não divulgar o nome, moradores locais afirmam que se trata de Leandro Marques Cerqueira, conhecido como "Leandro P". Um comparsa dele também foi morto na ação. Por conta do confronto, a SSP-BA reforçou o policiamento em todo o complexo do Nordeste de Amaralina, que reúne os bairros da Santa Cruz, Chapada do Rio Vermelho, Vale das Pedrinhas e o próprio Nordeste.
Os dois feridos no tiroteio foram socorridos para o Hospital Cleriston Andrade, mas não resistiram.
Foi a partir de informações levantadas pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), junto ao patrulhamento de policiais das Rondas Especiais (Rondesp) Atlântico e da Operação Apolo que o suspeito foi encontrado. Investigações preliminares apontaram que o líder do tráfico do Nordeste pretendia transportar armas e drogas de Feira de Santana para distribuição no Complexo do Nordeste de Amaralina, em Salvador.
Para identificação e apreensão, o comandante da Rondesp Atlântico, major Valdino Sacramento, conta que policiais da Rondesp Leste realizaram um bloqueio na BR-101, na altura do distrito de Humildes, assim que souberam do deslocamento do suspeito e de um comparsa.
"Por volta das 13h30 os PMs avistaram o veículo e, mesmo com a solicitação de parada, os dois ocupantes desceram do carro atirando. Após a troca de tiros percebemos que eles estavam feridos", disse.
O movimento fez parte de ação conjunta das polícias Militar e Civil. Ainda de acordo com a SSP, com a dupla foi encontrado armamento de grosso calibre, uma pistola calibre 380, munições de mesma numeração e para fuzil, 47 pinos de cocaína, seis tabletes de maconha e mesma quantidade de cocaína e um celular. Os itens foram apresentados na sede do Draco, em Salvador.
Titular do Draco, o delegado Odair Carneiro afirma que o homem apontado como líder do tráfico no Nordeste de Amaralina acumula passagens pelos crimes de tráfico de drogas, homicídio e roubo - por três vezes. Ele também é investigado pela morte de um policial e suspeito no planejamento de ataques contra PMs.
Polícia investiga se armas e drogas estavam sendo levadas para o Complexo do Nordeste de Amaralina Foto: Divulgação |
Terror no Nordeste de Amaralina
Após o confronto, que resultou na morte do traficante, a SSP reforçou o policiamento no Nordeste de Amaralina. Por conta da tensão instalada no bairro e boatos de toque de recolher, alunos de três escolas municipais ficaram sem aula nesta quarta-feira (17). Segundo a TV Bahia, ficaram fechadas: Escola Municipal Zulmira Torres, em Amaralina, Escola Municipal Maria Amalia Paiva, no Nordeste, e Escola Municipal Teodoro Sampaio, na Santa Cruz. O CORREIO tentou contato com a Secretaria Municipal da Educação (Smed) para informar sobre o funcionamento das escolhas nesta quinta-feira (18), mas não recebeu retorno até esta publicação.
Moradores confirmaram que o alerta foi dado após o anúncio da morte de Leandro P.
Na última segunda-feira (15), alunos, entre dois a cinco anos, da creche Dália Menezes, no Nordeste de Amaralina, tiveram que se jogar no chão para se protegerem dos tiroteios durante a manhã.
Passagens
Em novembro de 2016, traficante Leandro Marques Cerqueira, mais conhecido como Leandro P, 36 anos, chegou a ser preso na Pituba. Na época, ele tinha três mandados de prisão em aberto.
Em 2012, Leandro foi preso quando preparava uma fuga para São Paulo. No momento da prisão, realizada em São Caetano, os investigadores apreenderam com Leandro R$ 39.500 em dinheiro, uma caminhonete Fiat Strada e um Palio Adventure, além de cinco celulares e chaves de outros três carros.
O Nordeste de Amaralina está com o policiamento reforçado desde a noite de ontem, com unidades das Rondas Especiais/Atlântico, além do efetivo da 40ª CIPM.
Leandro P é conhecido por ser um dos líderes da facção Caveira, com atuação nas localidades do Boqueirão e da Chapada do Rio Vermelho, e também é acusado da morte do soldado da Polícia Militar Diego Márcio Tavares de Oliveira, em 2014.
Fonte: A Voz da Região / Correio24horas