O Brasil bateu o recorde com 66,6 milhões de inadimplentes no mês de maio, o maior número desde o começo da série histórica iniciada, em 2016, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Inadimplência do Consumidor.
Segundo Reinaldo Domingos, presidente da DSOP Escola de Educação Financeira, a inadimplência causa problemas que vão muito além do dinheiro, envolvendo até mesmo relações familiares e saúde. Segundo ele, alguns erros bem comuns costumam levar as pessoas a ficar endividadas. Confira a seguir quais são eles:
1) FALTA DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA
Sem possuir educação financeira, as pessoas não conhecem sobre a importância do dinheiro e as formas corretas de utilizá-lo. Ficam, assim, a um passo das dívidas.
Isso acontece com a maior parte da população, pois nem os pais e nem as escolas ensinam crianças e adolescentes a lidar com dinheiro. Depois que crescem, ficam expostos à sociedade de consumo, na qual esse tipo de informação não é interessante.
O caminho para sair desta situação é buscar cursos e livros sobre o tema. Também é fundamental a preocupação com as crianças, ensinando desde cedo noções básicas de educação financeira
2) FALTA DE PLANEJAMENTO
Geralmente, as pessoas não têm qualquer controle financeiro e não sabem quanto ganham nem quanto gastam. Isso é reflexo direto do ponto anterior, as pessoas ganham e gastam sem controle nenhum ou com um controle superficial, não se dando conta que o descontrole financeiro não acontece nos grandes gastos, mas sim nos pequenos. Para evitar que isso ocorra, o correto é o preenchimento de uma caderneta diária de todos os gastos, que chamamos de apontamento, e realizar uma planilha mensal por três meses, conhecendo, assim, os seus verdadeiros números.
3) COMPRAR POR IMPULSO
A suscetibilidade às ferramentas de marketing e publicidade faz com que as pessoas comprem o que elas não precisam. Isso acontece diariamente por meio de ações expostas na televisão, nas ruas, no trabalho. As mensagens são muitas e as pessoas passam a acreditar que parte do que é oferecido é realmente necessário. O caminho para evitar esse problema é não comprar por impulso; o ideal é se questionar se realmente precisa desse produto, qual a função que terá em sua vida, etc. Também é interessante deixar a compra para outro dia, quando terá refletido sobre se quer realmente o produto.
4) CRÉDITO FÁCIL
Buscar ferramentas de crédito fácil, como empréstimos, crediários, financiamentos, limite do cheque especial ou pagar o mínimo de cartão de crédito já é uma forma de endividamento. O mercado oferece milhares de produtos de fácil acesso, contudo, os juros cobrados são abusivos e fazem com que a inadimplência se torne alta. Assim, a solução é evitar esses meios. No caso de cartão de crédito, o ideal é ter só um e, em caso de descontrole, até mesmo eliminar. Também é interessante não ter limite de cheque especial e evitar os empréstimos e crediários.
5) PARCELAR DEMAIS
Ao parcelar as compras, as pessoas não percebem que já estão se endividando. Para piorar, muitas vezes, o consumidor esquece de colocar esses valores no orçamento, o que pode comprometer seriamente as finanças. Um parcelamento, na verdade, é uma forma de crédito, pois você está usando um dinheiro que não possui para comprar um produto. Caso seja fundamental parcelar, deverá constar no orçamento mensal da pessoa, que sempre que receber seus rendimentos, separará parte do valor para pagar essa dívida. Também é interessante ter uma poupança paralela, para que, em caso de imprevistos, tenha como arcar com esses valores
6) FALTA DE SONHOS E METAS
Se a pessoa não tem determinado o objetivo para o dinheiro, poderá gastar o que juntou de forma irresponsável, levando ao endividamento. Isso ocorre muito pela falta de capacidade das pessoas de sonhar, vivendo apenas o presente. Para sair deste problema, é recomendável fazer um exercício simples, refletir sobre quais são realmente os seus sonhos, o que se quer para o futuro. Tendo isso estabelecido, deve cotar os valores e determinar parte de seu dinheiro, quando recebê-lo para esse fim. Com isso em mente, será muito mais difícil cair nas armadilhas do consumismo e crédito fácil
7) BUSCA DE STATUS SOCIAL
Acreditar que consumir é importante para ser aceito socialmente faz com que as pessoas comprem sem ter condições. Isso porque acreditam que possuir alguma coisa é o que fará a diferença para os outros, e não o que ela realmente é. Isso é um valor errado de que ter produtos é sinônimo de felicidade. O consumo dessa maneira irá apenas suprir a dificuldade de relacionamento interpessoal. A solução para esta questão é ter objetivos claros e perceber que é muito mais importante ter conteúdo do que ter produto.
Fonte: A Voz da Região / R7.com